Produto inovador contra o Aedes Aegypti reduz propagação em 80% (Foto: Shutterstock)
Armadilha de auto disseminação contra o mosquito Aedes Aegypti, que interrompe o ciclo reprodutivo do vetor reduzindo a sua infestação e impedindo a transmissão do vírus da dengue já está sendo usada no Brasil.
Daniel Sindicic, CEO da Biovec, empresa do Grupo Lara, importadora da armadilha, informa que ela vem sendo testada no Brasil desde 2020 “e apresentou eficácia na redução de mosquitos em 80%”.
Combate ao mosquito
Além da recomendação de não deixar a água parada, uma das formas mais conhecidas de combate ao Aedes aegypti, transmissor da dengue, é a pulverização de inseticida, mais conhecido como fumacê. “A nuvem de fumaça de inseticida espalhada pelas ruas e residências tenta matar o mosquito para evitar que mais pessoas contraiam a dengue”, salienta o empresário.
Armadilha atrai fêmea
“Já a armadilha atrai mosquitos fêmeas do Aedes Aegypti, que estão prestes a produzir ovos. O mosquito repousa no local, deposita os ovos na água e é contaminado pelo larvicida lá aplicado. Quando os ovos se transformam em larvas na água, mais odores são gerados e atraem outros mosquitos para a armadilha. Depois, as larvas morrem antes de completarem o estágio de desenvolvimento”, explica Daniel Sindicic.
Solução ambientalmente limpa
Ele ressalta que o produto é a forma mais inteligente e eficaz de combater o vírus, “pois ele usa os hábitos do próprio mosquito para fazer a transferência dos larvicidas nos locais de água parada, eliminando sua possibilidade de reprodução. Além disso, trata-se de uma solução ambientalmente limpa”.
Epidemia crítica
A chegada da armadilha no Brasil surge a partir de uma preocupação do Grupo Lara com o problema da propagação de dengue no Brasil, que segue como uma epidemia crítica no País ano após ano.
“Segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, com dados de junho, somente no primeiro semestre já houve aumento de 195,9% de casos em comparação com 2021, totalizando mais de um milhão de pessoas infectadas e 585 óbitos no período”.
“Foi esse o cenário que motivou o Grupo Lara, por meio de sua empresa Biovec, buscar tecnologia no exterior para oferecer aos gestores de saúde pública dos municípios brasileiros uma alternativa mais eficaz para reduzir a propagação do mosquito da dengue.
Ferramenta poderosa
O CEO da empresa acredita que essa ferramenta é uma poderosa extensão do trabalho do agente de saúde. “Hoje, o controle de mosquitos Aedes Aegypti no Brasil acontece por meio de campanhas educativas, ações de aplicação de inseticida aeroespacial e o serviço de agentes de saúde nas casas da população”, diz.
Clima úmido e quente
Para o especialista, o Brasil, apesar de ter outras ferramentas de combate ao vírus, ainda possui bastante preocupação com o tema, “pois algumas das características das cidades brasileiras agradam bastante o Aedes aegypti, que prefere circular durante o dia em regiões urbanas, com clima úmido, chuvoso e quente. A armadilha que agora chega ao País, pode mudar esse cenário”, confia Sindicic.