A expectativa é de que o biocombustível proporcione queda de até 20% nas emissões de carbono (Foto: Divulgação)
A Citrosuco, uma das maiores produtoras globais de sucos e ingredientes de laranja, anunciou a primeira viagem de longo curso da sua frota com o uso de biodiesel B24. A iniciativa, que busca reduzir emissões e tornar a navegação mais sustentável, marca um passo importante dentro da estratégia de descarbonização da companhia.
O navio responsável pela estreia é o MV Carlos Fischer, que passou por atualizações técnicas no estaleiro de Tuzla, na Turquia.
Com 205 metros de comprimento, 32 metros de largura e capacidade para 32 mil toneladas de suco de laranja, a embarcação atracou recentemente no Porto de Santos (SP) trazendo consigo as primeiras 500 toneladas do biocombustível. Opróximo destino é os Estados Unidos, em sua viagem inaugural com a mistura renovável.
A decisão da Organização Marítima Internacional (IMO), em abril, de considerar as emissões de carbono de toda a cadeia de produção dos combustíveis marítimos (well to wake) abriu as portas para a adoção de biocombustíveis, como etanol e biodiesel, no intuito de zerar as emissões líquidas de carbono do transporte marítimo até 2050.
Para atingir a meta, as empresas do setor deverão reduzir a intensidade das emissões em 30% até 2035 e em 65% até 2040.
Nesse contexto, o movimento da Citrosuco é visto como um passo pioneiro, antecipando exigências regulatórias e fortalecendo a competitividade do Brasil na transição energética global.
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O biodiesel B24 é considerado uma solução relevante para reduzir a pegada de carbono no transporte marítimo.
A expectativa é de que o combustível proporcione queda de até 20% nas emissões well to wake — metodologia que avalia o ciclo completo de vida do combustível. Além disso, o uso da mistura está em conformidade com normas internacionais como IMO 2030 e 2050, CII (Carbon Intensity Indicator) e EEXI (Energy Efficiency Existing Ship Index).
“Essa iniciativa reforça nosso compromisso com a descarbonização do setor marítimo alinhado ao SBTI – Science Based Target Initiative –, conectando metas ambientais internacionais aos objetivos ESG da Citrosuco, que visa reduzir as emissões de carbono em 28% até 2030 nos escopos 1 e 2”, afirma Karen Lopes, gerente geral de Operações Marítimas e Terminais da empresa.
A frota da companhia é composta por cinco navios próprios e um charter. Após o primeiro teste com o Carlos Fischer, a empresa planeja ampliar gradualmente o uso do biocombustível em todas as embarcações.