Localizada na usina Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu, a unidade piloto tem capacidade para produzir 6kg por dia de bio-syncrude, um combustível sintético inovador destinado à aviação sustentável (Foto: Vosmar Rosa/MPor)
Nesta segunda-feira (17/6), o Brasil deu um importante passo em direção à produção de combustíveis sustentáveis ao inaugurar a primeira planta piloto de produção de petróleo sintético a partir de biogás nacional.
Localizada na usina Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu, Paraná, a unidade tem capacidade para produzir 6kg por dia de bio-syncrude, um combustível sintético inovador destinado à aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês).
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou a importância do projeto durante a cerimônia de inauguração. “Um importante passo que o nosso país deu hoje no sentido de fortalecer o desenvolvimento nacional de combustíveis sustentáveis, reforçando os esforços do Brasil para a transição energética justa e inclusiva”, afirmou.
Representando o ministro Alexandre Silveira, o diretor do Departamento de Biocombustíveis do MME, Marlon Arraes, enfatizou a relevância da iniciativa para o governo e para a sociedade brasileira.
“Essa inauguração tem um significado muito forte para o MME e para a sociedade brasileira. Representa que temos a tecnologia para produzir de forma sustentável a matéria-prima para produção de qualquer combustível de baixo carbono, contribuindo ainda mais para a mobilidade sustentável brasileira”, ressaltou Arraes.
Enio Verri, diretor-geral brasileiro da Itaipu, também comentou sobre a inovação trazida pelo projeto.
“Nós não estamos entregando um só produto. Nós estamos entregando um acúmulo de pesquisas, do biogás e do hidrogênio verde, que agora darão origem ao SAF. A tendência é que, feito o alicerce da pesquisa, o avanço seja muito mais rápido e nós possamos em breve ter esse combustível sustentável com produção em escala”, afirmou Verri.
A planta piloto instalada na Itaipu Binacional é um marco na descarbonização do setor aéreo, que anualmente é responsável pela emissão de aproximadamente 800 milhões de toneladas de CO2.
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Esta iniciativa é resultado de uma parceria entre o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás) e a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável.
Além de promover o desenvolvimento de tecnologias de combustíveis sustentáveis, o projeto está alinhado com o Projeto de Lei Combustível do Futuro (PL 528/2020), atualmente em tramitação no Senado Federal.
O projeto de lei visa, entre outras ações, instituir o Programa Nacional do Bioquerosene de Aviação (ProBioQAV), que tem como objetivo reduzir as emissões de gases de efeito estufa e promover a transição energética no Brasil.
Com a inauguração desta planta piloto, o Brasil reforça seu papel como protagonista na busca de soluções inovadoras para combustíveis sustentáveis, contribuindo significativamente para a mitigação das mudanças climáticas e para um futuro energético mais limpo e sustentável.