Bem-estar impacta diretamente na produtividade dos suínos
O conforto e bem-estar animal têm sido preocupação constante para quem trabalha com atividades pecuárias. Animais mais saudáveis e bem tratados produzem mais e têm menos doenças, ou seja, além de aumentar a produtividade, melhora de custo e contribui para o desenvolvimento sustentável da atividade.
Além de atender a uma demanda de mercado, proporcionar bem-estar animal também resulta em ganhos produtivos, principalmente, na qualidade da carne que se oferece aos consumidores. Estes estão cada vez mais exigentes com a qualidade da comida que colocam em sua mesa – seja ela de origem animal ou vegetal, como também, a forma como os animais são criados.
Com o aumento das temperaturas é importante que os produtores busquem alternativas para o maior conforto térmico dos animais. Organizações internacionais defendem que o bem-estar animal deve considerar os cinco domínios: nutrição, ambiente, saúde, comportamento e atenção aos estados mentais.
Portanto, na prática, para os suínos, o bem-estar está diretamente relacionado aos cuidados com a prevenção de doenças, tratamento veterinário adequado, abrigo correto, manejo e nutrição e abate humanitário. Já o conforto dos suínos, se relaciona ao tratamento que eles recebem dos produtores e aos cuidados veterinários.
Técnicas
Um dos itens essenciais são os bicos aspersores que promovem conforto térmico tornando o ambiente mais agradável e sem estresse calórico. Uma das características dos suínos é ter pouca quantidade de glândulas sudoríparas, com isso, esses animais têm dificuldade com as trocas de calor para manter a regulação térmica corporal, sendo assim, os animais sofrem muito com as variações climáticas.
“A aspersão (nebulização) só pode ser utilizada em condições ambientais com a temperatura superior a 20°C e umidade relativa menor do que 80% em períodos de 30 minutos na chegada dos animais e 30 minutos antes do abate”, explica Giana Sousa, médica veterinária e gerente comercial da Agrozootec Indústria e Comércio de Produtos Agropecuários.
Giovana afirma que o uso dos aspersores na granja (no lugar de descanso) deve ser feito e orientado de acordo com o comportamento dos animais. “No frio os suínos se aglomeram e podem apresentar tremores musculares. E, no calor excessivo, os animais ficam espalhados e podem apresentar ofegação (respiração pela boca).” Ela lembra que, ao observar um comportamento alterado, é indicado ligar ou desligar o sistema.
A veterinária cita ainda outros benefícios da nebulização no período de descanso, de acordo com a Cartilha de bem-estar animal da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS). “A técnica auxilia no resfriamento do suíno, reproduzindo a pressão no sistema cardiovascular; acalma os suínos, reduzindo o comportamento agressivo durante a permanência nas baias de descanso; limpa os suínos, reduzindo a contaminação da linha de abate, além de reduzir a resistência da pele, promovendo melhor condução da corrente elétrica durante a insensibilização”, lista a especialista.