Mercado americano foi o principal destino dos produtos com de 54% dos embarques
Nos três primeiros trimestres deste ano, as exportações brasileiras da piscicultura superaram em 10% o resultado de todo o ano passado, quando a receita totalizou U$ 11,7 milhões, ante U$ 12,8 milhões, obtidos de janeiro a setembro. Somente no terceiro trimestre deste ano, os valores foram 71% maiores do que os verificados no mesmo período de 2020.
“No acumulado de 2021, as exportações de produtos da piscicultura do País podem crescer 15%, comparadas com as do ano passado”, prevê Manoel Pedroza, pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas, TO) na área de economia aquícola.
Os dados fazem parte da sétima edição do informativo com detalhes sobre o comércio exterior desse setor, publicado a cada três meses, iniciativa da Embrapa Pesca e Aquicultura e da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR), a partir de dados do Ministério da Economia.
Tilápia lidera
A liderança da tilápia como principal espécie exportada se manteve. De julho a setembro deste ano, as vendas externas da espécie totalizaram U$ 10,9 milhões, o equivalente a 85% de toda receita com as vendas brasileiras de peixes.
De acordo com Pedroza, “a posição da tilápia como principal espécie exportada deve manter-se no médio prazo, apesar da perspectiva de crescimento das vendas do tambaqui (4,0% no acumulado), terceira espécie mais exportada”. Na segunda posição, os curimatãs responderam por 9,8% das exportações do período.
Principais destinos
No acumulado, os Estados Unidos foram o principal destino, com 54% dos embarques brasileiros, totalizando U$ 7 milhões, seguido pela China, com 12% das exportações e receita de U$ 1,5 milhão ou 12%.
“Acredito na diversificação dos destinos, o que pode reduzir a dependência das vendas para os Estados Unidos. Por exemplo, temos verificado um aumento das exportações para países sul-americanos como Peru, Colômbia e Chile, que juntos já importam mais de 20% dos embarques da piscicultura”, aposta o pesquisador.
“O aumento das exportações de peixes inteiros congelados, especialmente para os Estados Unidos, representa um marco para a piscicultura brasileira, pois quem atendia o mercado norte-americano era a China. Estamos ganhando espaço dos chineses nos Estados Unidos. É a primeira vez que isso acontece”, afirma Francisco Medeiros, presidente executivo da Peixe BR. “Considerando que as vendas de peixes congelados superam o produto fresco, abre-se para nós um mercado imenso”, acrescenta.