Algumas cultivares de forrageiras são mais indicadas para alimentação de ovinos e caprinos. O produtor deve observar tanto as peculiaridades de manejo de cada uma como a qualidade nutricional que elas oferecem, além da capacidade de resistência ao clima e a possíveis doenças
Para quem busca ter sucesso e produtividade garantida com a caprinovicultura, é fundamental estar atento à qualidade da alimentação dos animais, principalmente em relação às pastagens.
É importante que o criador faça a escolha certa na hora de eleger uma cultivar, levando em conta suas características e o seu manejo. Afinal, as pastagens representam a forma mais prática e econômica, sustentável e viável de alimentação desses animais.
Algumas cultivares e espécies podem ser utilizadas tanto para ruminantes de grande porte, como bovinos, quanto para os de pequeno porte, a exemplo de ovinos e caprinos. Porém, os dois últimos se alimentam em pastagens mais baixas. Por isso, capins como Mombaça e Tanzânia não são recomendados, uma vez que exigem um trabalho mais complexo para mantê-los em uma altura menor.
“O mais indicado seria utilizar e priorizar cultivares de capins mais baixos e que tenham o nó germinativo da planta mais baixo também. Outra recomendação é não utilizar Brachiaria Decumbens ou humidicola, que podem causar fotossensibilização nos animais de menor porte”, diz o zootecnista e ovinocultor, Afonso Reginato Cardoso.
Como escolher o melhor pasto
Muitas variáveis devem ser levadas em consideração. São elas: as características de solo e do clima da fazenda; o histórico da área; as atividades desenvolvidas na fazenda; o objetivo da plantação; e por último, mas não menos importante, os processos desenvolvidos atualmente no local.
Segundo Cardoso, o ideal é diversificar as espécies de forrageiras dentro de uma mesma propriedade, para que se adaptem às áreas com características diferentes, assim como aos animais de diversas categorias e distintas finalidades.
“Com isso a propriedade fica mais adequada para passar por períodos de secas e variações climáticas. Dessa forma, também se aumenta a tolerância a pragas e doenças nas pastagens, melhorando a distribuição de produção de forragem”, destaca o zootecnista.
A Soesp, empresa especializada em sementes, orienta para a escolha das cultivares Panicum maximum cv. BRS Tamani e Panicum maximum cv. Aruana, principalmente, por suas características bromatológicas, com bons valores nutritivos e proteínas, e por oferecem facilidade de manejo. Também é possível utilizar a Brachiaira brizantha (Piatã, Marandu, MG-4) ou Panicum cv Massai para áreas com menor fertilidade e mais secas.
E depois de plantadas, o que fazer?
Esta é uma dúvida frequente entre os criadores no geral. Tão importante quanto à escolha correta da semente é cuidar depois desse pasto. As manutenções devem ser periódicas/anuais, pois as forragens são culturas perenes, resistentes, mas que precisam de manejo, correções do solo, calagem, gessagem e adubações adequadas.
“Em relação à época de plantio, recomenda-se dar prioridade para o início das chuvas, período onde há mais plantabilidade das espécies forrageiras perenes. O manejo do pasto ideal é o rotacionado, assim o animal tem a maior eficiência e o pasto fica mais uniforme”, explica Cardoso.
Complementação nutricional
Além do pasto, é indicado fazer a complementação nutricional dos caprinos e ovinos com suplementos minerais. A porcentagem depende muito da categoria do animal, do período do ano, entre outros fatores.
“Temos como exemplo ovelhas em lactação, que têm uma exigência nutricional maior do que ovelhas vazias, e na dieta dessas ovelhas em lactação precisa-se suplementar com mais concentrado”, finaliza o zootecnista.
Fonte: Soesp