Parasitas afetam 90% dos cavalos no Brasil e geram prejuízos à equinocultura (Foto: Divulgação Zoetis)
Desafio cada vez mais presente na rotina dos criadores e cuidadores de cavalos, a resistência parasitária é um dos temas que mais tem despertado alerta no segmento equino. Esses organismos comprometem toda a cadeia produtiva, gerando prejuízos significativos para a equinocultura, setor que movimenta aproximadamente R$ 30 bilhões ao ano no país.
Um estudo identificou que 98% dos cavalos avaliados apresentavam algum grau de infestação por vermes gastrintestinais, revelando a dimensão do desafio que esses parasitas representam para a saúde equina. Além de comprometer o bem-estar, essas infestações afetam diretamente o desempenho, a condição corporal e a longevidade dos animais.
A resistência parasitária, um fenômeno que ocorre quando vermes desenvolvem mecanismos que reduzem ou anulam a eficácia dos medicamentos utilizados em seu controle, é um problema grave cada vez mais observado em propriedades e haras ao redor do mundo, acendendo um alerta para o manejo responsável e a necessidade de estratégias mais eficazes no combate aos parasitas que afetam os equinos.

Além de comprometer o bem-estar, as infestações por parasitas afetam diretamente o desempenho, a condição corporal e a longevidade dos animais. Foto: Divulgação Zoetis
A infestação por vermes gastrintestinais pode se manifestar de diferentes formas nos cavalos, muitas vezes de maneira silenciosa, mas com impactos significativos. Entre os sinais mais comuns estão a perda de peso ou dificuldade em ganhar massa corporal, pelagem opaca, alterações no apetite, diarreia recorrente e queda de desempenho em atividades esportivas ou de trabalho. Em casos mais graves, podem ocorrer cólicas, fraqueza generalizada e comprometimento da saúde geral, reforçando a importância da detecção precoce e do manejo preventivo.
“Estamos vendo a resistência parasitária se tornar um desafio crescente na rotina dos criadores. Quando os antiparasitários deixam de ter o efeito esperado, todo o sistema produtivo e o bem-estar dos animais são impactados. Por isso, o foco hoje deve estar na prevenção, no diagnóstico preciso e no uso estratégico dos produtos, sempre com orientação técnica. É esse olhar responsável que garante a saúde e a longevidade dos cavalos”, destaca o médico-veterinário, Chester Batista.
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Técnicas de manejo e controle

A combinação entre manejo eficiente e orientação veterinária garante resultados duradouros e sustentáveis no controle dos parasitas gastrintestinais. Foto: Freepik
Além do uso racional de antiparasitários, o controle efetivo das verminoses passa por boas práticas de manejo que ajudam a reduzir a carga parasitária no ambiente e a exposição dos animais. Rotação de pastagens, higiene adequada de baias e piquetes, controle do número de animais por área e o monitoramento constante por meio de exames de fezes (OPG) são medidas fundamentais para manter a saúde intestinal e o desempenho dos cavalos.
Sendo assim, na avaliação do veterinário, a combinação entre manejo eficiente e orientação veterinária garante resultados duradouros e sustentáveis no controle dos parasitas gastrintestinais. “O futuro do controle parasitário depende da responsabilidade coletiva. Precisamos utilizar os recursos disponíveis de forma estratégica, evitando o uso indiscriminado de medicamentos e apostando em diagnósticos precisos. Assim, conseguimos prolongar a eficácia dos tratamentos e preservar a saúde dos equinos”, conclui Batista.








