Objetivo é reduzir custos e otimizar cadeia produtiva
Com o foco voltado em aumentar a lucratividade, o produtor de leite brasileiro está descobrindo o potencial de uma estratégia genética muito utilizada na Europa e nos Estados Unidos: o uso de sêmen de corte no rebanho leiteiro. Ao cruzar as vacas de leite com touros de corte, o produtor de leite terá animais de corte, que têm alta demanda pela indústria.
A estratégia do uso da genética de corte no leite ganhou força a partir do momento em que houve um uso massivo da genética sexada de fêmea. Ocorre que os produtores de leite usam sêmen sexado de fêmea para produzir a reposição das melhores vacas leiteiras, mas começam a ter um excedente de fêmeas.
“E uma fazenda comercial que não tem o foco na venda de genética de fêmeas prenhes e acaba tendo um custo muito elevado para a cria e recria desses animais. E, se o rebanho não tem como crescer, isso acaba se tornando um problema”, explica o Gerente de Produto e Projetos Corte Europeu da ABS, Marcelo Selistre.
O programa
O programa Beef Infocus, desenvolvido pela ABS, foi criado justamente para atender essa demanda. Com base nos índices de reprodução da fazenda, o produtor determina um percentual de uso de genética sexada de fêmea para produzir a reposição. E, para as vacas inferiores geneticamente, é indicado o cruzamento industrial com genética de corte.
Antes de qualquer reprodutor ser incluído no programa, é feita uma análise extremamente rigorosa de seu desempenho previsto, utilizando um banco de dados exclusivo – RWD™️ (Dados do Mundo Real). “Com mais de 5,5 milhões de registros de fertilidade em mais de 1.100 fazendas, e 1,5 milhão de eventos de parto, garantimos que todos os reprodutores atendam aos padrões elevados do programa”, ressalta a Gerente de Serviços Genéticos da ABS, Laís Grigoletto.
A profissional acrescenta que esse processo também envolve a coleta de dados durante toda a trajetória dos bezerros, desde a reprodução até o abate, para garantir que a genética aplicada traga resultados reais e comprovados para os produtores.
LEIA TAMBÉM:
→ Ferramenta contribui na seleção para precocidade sexual em raças zebuínas
Requisitos
Para a graduação no programa, o touro deve ter pelo menos 500 dados em quatro rebanhos. Os índices de avaliação se baseiam em características que atendem ao lado do produtor de leite: fertilidade, facilidade de parto, menos dias de gestação e diminuição de natimortos; e também características que atendem o produtor de carne: ganho de peso, eficiência alimentar e carcaça de qualidade.
Em uma comparação direta, os animais Beef InFocus garantiram R$ 640,00 a mais de lucro por cabeça do que uma progênie de Angus. “Além de consumir 0,5kg a menos de ração do que o Angus, para cada quilo ganhado, eles atingiram peso de abate três semanas antes, gerando mais de 10% de economia nos custos de confinamento, além de produzir carcaças superiores à média da indústria, em peso e qualidade, com melhor acabamento de gordura”, comenta Selistre.
Laís reforça ainda a confiabilidade do programa. “Nosso compromisso com a validação de performance é fundamental para garantir que a genética Beef InFocus seja não apenas confiável, mas também eficaz em toda a cadeia produtiva, proporcionando melhores resultados”, arremata.