Uso de um programa correto e adequado para controle e prevenção auxilia na redução do impacto do parasita sobre o lucro da pecuária
Uma das principais preocupações dos pecuaristas e talvez um dos maiores desafios da bovinocultura quando o assunto é a sanidade dos animais é a perda da produtividade e, consequentemente, da rentabilidade ocasionada pela infestação por carrapatos.
Além disso, a infestação desses parasitas pode causar grandes danos ao animal, como lesões na pele, que podem ser a ‘porta de entrada’ para infecções e miíases. De acordo com o médico-veterinário da Biogénesis Bagó, João Paulo Lollato, o carrapato pode transmitir doenças como a Tristeza Parasitária Bovina, principal responsável por prejuízos econômicos e mortalidade em rebanhos de corte e de leite.
“No caso de altas infestações, o parasita provoca diversas lesões na pele do animal possibilitando assim que bactérias oportunistas causem nos bovinos as chamadas ‘infecções secundárias’, além do possível aparecimento de miíases”, alerta o profissional, acrescentando que outras doenças, inclusive zoonoses, também podem ser transmitidas por espécies de carrapatos, tal como a febre maculosa.
Ciclo
Segundo ele, o ciclo biológico do carrapato do boi é fator determinante para o estabelecimento dos intervalos de aplicação do carrapaticida. Já os fatores ambientais, estão diretamente relacionados com a época do ano em que esses tratamentos serão realizados. Estudos apontam que o prejuízo causado pelo carrapato bovino (Rhipicephalus microplus) passa de US$ 3,24 bilhões por ano.
Nesse viés, escolher o produto adequado, avaliar a eficácia, o mecanismo de ação, se age por contato ou de forma “sistêmica”, o período residual, além da carência do produto, são fundamentais. “Também é preciso considerar a resistência do produto, ou seja, se os parasitas são sensíveis ao princípio ativo. A época de aplicação, assim como os intervalos, também devem ser considerados para se obter o melhor resultado no controle do carrapato”, orienta.
Dicas
Para o combate eficaz à infestação desse parasita, além de seguir as recomendações dos fabricantes – pois os produtos podem possuir princípios ativos iguais, porém as concentrações e o mecanismo de ação podem ser diferentes, o que implica na adequação de doses e diluições –, os produtores podem recorrer a outros cuidados.
“Entre os fatores que farão a diferença no controle de carrapatos estão a escolha do produto adequado, de acordo com o desafio do ambiente, a avaliação, a eficácia e o mecanismo de ação, ou seja, se age por ‘contato’ ou de forma ‘sistêmica’, e a atenção ao período residual”, enumera Lollato. “Além da carência do produto, é importante verificar a época de aplicação, assim como os intervalos, e o cuidado com a segurança dos animais e do operador na aplicação”, completa.