Frangos com diarreia, penas arrepiadas e queda no desempenho podem ser sinais de infecção intestinal (Foto: Divulgação)
Na rotina das granjas, observar o comportamento e as condições físicas dos frangos é fundamental para identificar problemas precocemente. Sinais como fezes anormais, aspecto eriçado das penas e queda na produtividade podem indicar distúrbios no intestino das aves — um alerta que não deve ser ignorado.
Duas das doenças mais comuns e perigosas nesse contexto são a colibacilose e a enterite necrótica. Ambas se desenvolvem de maneira silenciosa e afetam diretamente a saúde intestinal dos frangos, comprometendo não só o crescimento como também a conversão alimentar e a resistência do organismo a outras infecções.
De acordo com Andressa Carla de Carvalho, coordenadora de produtos da MCassab Nutrição e Saúde Animal, o bom funcionamento do trato gastrointestinal é determinante para o sucesso da produção avícola.
“Costumamos enxergar o intestino apenas como um órgão digestivo, mas ele também é porta de entrada para diversas infecções. Quando está fragilizado, abre espaço para bactérias nocivas, com impacto direto na saúde e na produtividade das aves”, explica.
A colibacilose é causada pela bactéria Escherichia coli e pode provocar diarreia, dificuldade respiratória, penas arrepiadas e queda no desempenho zootécnico. Quando não diagnosticada e tratada a tempo, a infecção se espalha pelo organismo, aumentando a mortalidade do plantel.
Já a enterite necrótica está relacionada à presença da bactéria Clostridium perfringens. Essa doença afeta severamente o intestino, resultando em fezes pastosas de odor fétido e até morte súbita, muitas vezes sem sinais prévios visíveis.
“Essas enfermidades estão ligadas a desequilíbrios na microbiota intestinal. Quando há baixa diversidade de bactérias benéficas, as patogênicas se proliferam com mais facilidade. Isso pode ocorrer durante períodos de estresse, mudanças alimentares bruscas ou falhas no manejo”, alerta a especialista da MCassab.
LEIA MAIS:
Gestão e tecnologia otimizam resultados na avicultura
Produção de aves saudáveis e livres de estresse são premissas do bem-estar na avicultura
Formas de prevenção
A prevenção passa pela integridade da parede intestinal, que atua como uma linha de defesa natural contra microrganismos e toxinas. Lesões na mucosa, mesmo que invisíveis a olho nu, comprometem essa barreira e deixam o intestino mais suscetível a infecções, além de prejudicar o aproveitamento dos nutrientes.
Entre as estratégias nutricionais adotadas nas granjas, destaca-se o uso da tributirina — uma substância que libera ácido butírico de forma contínua ao longo do trato intestinal. Esse composto ajuda a manter o equilíbrio da microbiota, estimulando o crescimento de bactérias benéficas e dificultando a ação dos patógenos.
Manter a saúde intestinal das aves é mais do que uma questão de bem-estar animal: é fator decisivo para a produtividade e rentabilidade da granja.
“Ficar atento aos sinais e adotar medidas preventivas, além de boa alimentação ajuda o intestino a funci”, reforça Carvalho.