A primavera é o momento mais indicado para realizar o controle, já que o número de parasitas é menor e eles se encontram em uma fase de maior vulnerabilidade aos produtos químicos
Com a chegada da primavera, os cuidados com a infestação parasitária em bovinos devem ser redobrados. A orientação é da médica veterinária e extensionista rural da Emater/RS-Ascar Ana Eliza Fonseca, que alerta os pecuaristas para a importância de observar o rebanho e identificar possíveis sinais de infestação, que se manifestam através de sintomas como diminuição na ingestão de alimentos, desconforto, tristeza, irritação ou lesões no couro.
A especialista ressalta que o Rhipicephalus Microplus, conhecido como carrapato-do-boi, é um dos principais vilões da bovinocultura no Rio Grande do Sul.
Ela explica que o parasita pode se reproduzir em até três gerações por ano: a primeira surge na primavera, a segunda no verão e a terceira no outono, período em que há maior número de infestações e, consequentemente, maior incidência da chamada tristeza parasitária.

A médica veterinária Ana Eliza Fonseca alerta os pecuaristas para a importância de observar o rebanho Foto Emater/RS-Ascar/Divulgação
Estratégias de controle
Segundo Ana Eliza, a primavera é o momento mais indicado para realizar o controle, já que o número de parasitas é menor e eles se encontram em uma fase de maior vulnerabilidade aos produtos químicos.
Outra estratégia recomendada pela médica veterinária é o pastejo alternado com outras espécies, como equinos e ovinos, no mesmo piquete, o que ajuda a interferir no desenvolvimento do carrapato.
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Importância da quarentena
A extensionista da Emater/RS-Ascar sublinha ainda que os dados mostram que apenas 5% são encontrados nos animais, enquanto 95% permanecem no ambiente. “Por isso, a importância de adotar a quarentena, que isola e monitora animais novos, prevenindo a propagação de doenças e parasitas resistentes”.
Além disso, de acordo com avaliação da veterinária, o manejo sanitário e a nutrição adequada são auxiliares no combate a parasitas internos e externos, fortalecendo o sistema imunológico e refletindo no cuidado que o produtor tem com os animais, o que influencia diretamente nos resultados finais para a comercialização.

Rhipicephalus Microplus, conhecido como carrapato-do-boi, é um dos principais vilões da bovinocultura Foto Embrapa/Divulgação
Métodos para controlar carrapatos
Ana Eliza orienta que o biocarrapaticidograma é um método estratégico que avalia o nível de resistência e a sensibilidade do carrapato a diferentes princípios ativos e suas especificidades, auxiliando o produtor na escolha dos produtos mais eficazes e na otimização dos investimentos.
Ela aponta também que a utilização da homeopatia pode ser uma alternativa em pequenas propriedades. “O uso de homeopatia para controle parasitário resulta no fortalecimento da imunidade dos animais, não gera resíduos na carne e no leite e contribui com a produção orgânica e sustentável”, afirma.
A especialista recomenda ainda alternar produtos com diferentes composições conforme a geração do rebanho e evitar tratamentos em terneiros muito jovens, que ainda estão em fase de desenvolvimento de resistências.