Ibama aponta que as aves correspondem a 80% dos animais apreendidos pelo Instituto Ambiental do Paraná, dentre eles o papagaio-de-cara-roxa, cujo status de ocorrência “em perigo” foi alterado para “vulnerável”. Foto: Zig Koch/Divulgação SPVS
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Paraná (Sema) publicou, na segunda semana de dezembro de 2018, a atualização da lista vermelha de espécies de aves ameaçadas de extinção no Estado. Esse trabalho vem sendo realizado em conjunto com o Parque das Aves, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e a Hori Consultoria Ambiental.
São 762 espécies de aves com ocorrência na região, sendo que 118 sofrem com algum grau de ameaça, entre elas, o papagaio-de-cara-roxa, que mudou do status “em perigo” para “vulnerável”; e o papagaio-de-peito-roxo considerado agora como “vulnerável”.
De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), as aves correspondem a 80% dos animais apreendidos pelo IAP. Esse número costuma crescer com a proximidade das comemorações de fim de ano, especialmente do Natal, quando muitas aves comercializadas ilegalmente são dadas como presente.
Conservação de animais
Algumas instituições brasileiras desenvolvem programas que integram ações para a conservação desses animais, combatendo a redução das áreas naturais e o tráfico de aves, principais ameaças às espécies de papagaio.
Para unificar esses esforços, o Programa Papagaios do Brasil – realizado pela Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), em parceria com o Parque das Aves, Fundação Neotrópica, Associação Amigos do Meio Ambiente (AMA) e Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Cemave/ICMBio, vinculados ao governo federal) – tem como intuito conservar, especificamente, seis espécies de papagaios.
O foco envolve as seguintes aves do gênero: papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva), papagaio-charão (Amazona pretrei), papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea), papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis), papagaio-chauá (Amazona rhodocorytha) e papagaio-moleiro (Amazona farinosa).
“O objetivo do Programa é evitar a retirada de filhotes da natureza, e só conseguiremos fazer isso quando sensibilizarmos as pessoas sobre a importância de mantê-las em seushabitats, porque enquanto existirem compradores, o tráfico não acabará. Por isso, investimos fortemente em atividades de educação para a conservação da natureza”, informa Roberta Boss, técnica do Projeto de Conservação do Papagaio-de-Cara-Roxa.
