O próximo encontro da Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), marcado para setembro deste ano, em Nova York (EUA), ganhou mais um aliado: o programa RenovaBio, que envolve uma política de Estado com o intuito de traçar ações conjuntas para reconhecer o papel estratégico de todos os tipos de biocombustíveis na matriz energética brasileira, tanto para a segurança energética quanto para mitigação de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa.
Em reunião na manhã de terça-feira (14) com o embaixador do Brasil junto às Nações Unidas, Mauro Vieira, o presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Evandro Gussi, apresentou ao ex-chanceler brasileiro dados sobre a indústria de cana-de-açúcar no Brasil e o que o setor sucroenergético está oferecendo ao país quando o assunto é energia limpa.
O embaixador ficou impressionado com os dados e afirmou que as informações são relevantes, especialmente no contexto da Cúpula do Clima, em que serão revisados os compromissos do Acordo de Paris e desenhados planos de desenvolvimento sustentável mais ambiciosos.
“Nós apresentamos alternativas concretas, não se trata de discurso. Eles ficaram impressionados porque mostramos que o RenovaBio é uma proposta para agora, uma proposta que já está em fase final de regulamentação, que entra em vigor em 2020 e que, portanto, é de fato uma proposta com efeitos concretos”, disse Evandro Gussi.
As informações do setor também foram apresentadas a representantes da Dinamarca, Etiópia e da Sustainable Energy for All (SEforALL), organização internacional que trabalha com líderes do governo, do setor privado e da sociedade civil para garantir o acesso à energia sustentável em todo o mundo.
Solução para o mundo
Letícia Phillips, representante da UNICA para a América do Norte, informou que as reuniões foram muito positivas e que os representantes da Dinamarca e Etiópia, que coordenarão a área de energia dentro da Cúpula do Clima, encorajaram o Brasil a formar uma coalizão com governo, setor privado, organismos internacionais e sociedade civil.
Segundo Letícia, o objetivo é dar mais popularidade ao RenovaBio e “quem sabe, transformá-lo em uma solução, não só para o Brasil, mas para o mundo em relação às questões de mudança do clima”.
Durante as reuniões, o representante da sociedade civil no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), Plínio Nastari, fez uma apresentação sobre estratégias brasileiras para bioenergia. Os deputados federais Arnaldo Jardim e Geninho Zuliani também participaram das agendas.
Painel
Os representantes do setor sucroenergético ainda têm uma extensa agenda nos Estados Unidos. Nesta quarta-feira (15), o presidente da ÚNICA, Evandro Gussi, participará de painel sobre o RenovaBio na Santander ISO Datagro New York Sugar & Etanol Conference 2019, e fará encontros com lideranças da indústria do etanol de milho e compradoras de açúcar.