A nova ministra Tereza Cristina empossou nesta quarta-feira, dois de janeiro – um dia após assumir o comando do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento –, os novos secretários do Mapa. Ela é a segunda mulher a comandar a pasta, em 158 anos de existência do órgão federal. A primeira foi a então senadora Kátia Abreu, durante o governo da então presidente Dilma Rousseff.
Na cerimônia de posse dos secretários, a ministra destacou o retorno da agricultura familiar e da pesca para a pasta. Durante seu pronunciamento, também enfatizou que “um só ministério olhará com igual destaque para todos os produtores”.
“A agricultura familiar terá integral apoio de nossas áreas de inovação, pesquisa, assistência técnica e extensão”, afirmou Tereza Cristina, salientando “a urgente necessidade de realizarmos titulações de terras, pois o cenário atual implica absoluta insegurança jurídica e impede acesso aos recursos de crédito, inviabilizando a produção e determinando subordinação aos programas sociais”.
Sobre a pesca e aquicultura, a ministra lembrou que o País tem aproximadamente oito mil quilômetros de costa marítima e em torno de 12% de toda água doce do planeta. Por isso, ela diz que “teremos a obrigação de aplicar todo esse potencial em favor da produção de alimentos, gerando emprego e renda”.
Preservação ambiental
Em relação ao meio ambiente, ela lamentou que “acusações absolutamente infundadas partam de todos os lados, inclusive, de organizações internacionais estabelecidas amistosamente em nosso País” e que “a discussão honesta deveria partir de uma premissa básica: o Brasil é um país com legislação ambiental extremamente avançada e que mais soube preservar suas florestas nativas e matas ciliares”. “Nosso País é um modelo a ser seguido; jamais um transgressor a ser recriminado.”
Ela argumentou serem “relevantes as questões relacionadas ao clima, à sustentabilidade e à biodiversidade” e ainda citou que são 466 milhões de hectares registrados no Cadastro Ambiental Rural (CAR), “uma base espetacular que permite o monitoramento e o eventual combate ao desmatamento em 5,4 milhões de propriedades rurais”.
Sobre a disputa no mercado internacional, Tereza Cristina disse que “o agronegócio brasileiro estará a postos para negociar com o mundo nas áreas da propriedade intelectual, das indicações geográficas, dos recursos genéticos, da rotulagem, do bem-estar animal, da produção orgânica e das questões trabalhistas e sociais”.
Também avaliou que o Brasil, “na condição de segundo maior exportador de alimentos do mundo, tem as maiores perspectivas de expansão”. Falou ainda em superar barreiras internacionais, “por vezes impostas através de critérios tarifários ou sanitários duvidosos”.
Confira a íntegra do pronunciamento da ministra do Mapa, Tereza Cristina!
Conheça os novos secretários
Tereza Cristina deu posse nas secretarias de Política Agrícola ao servidor do Mapa Eduardo Sampaio Marques; de Defesa Sanitária, José Guilherme Tollstadius Leal, de Aquicultura e Pesca, Jorge Seif Júnior; de Agricultura Familiar e Cooperativismo, Fernando Henrique Kohlmann Schwanke; de Comércio e Relações Internacionais do Agronegócio, o embaixador Orlando Leite Ribeiro; e na Secretaria Especial de Assuntos Fundiários, Nabhan Garcia.
Escolhido para ser o secretário executivo do Ministério da Agricultura, o deputado federal Marcos Montes assinou o termo de posse, mas só vai assumir o cargo, efetivamente, quando encerrar seu mandato na Câmara Federal, no próximo dia 1º de fevereiro. A nova Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação ainda não tem titular nomeado.
Presenças em cerimônia
Estiveram presentes os ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta; da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas; e da Cidadania, Osmar Terra; o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Antonio Herman de Vasconcelos Benjamin; o ex-presidente da Petrobras Pedro Parente; e o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Alceu Moreira.
Também assistiram à cerimônia o representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no País, Rafael Zavala; o diretor de Agronegócio do Banco do Brasil, Marco Túlio; presidentes de empresas vinculadas ao Mapa, além de deputados, senadores e representantes do setor privado, como o presidente da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Marcio Freitas; e o presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Antonio Alvarenga, acompanhado da editora-chefe da revista A Lavoura/SNA, Cristina Baran.