Depois de alguns dias de alta, valor da arroba do boi gordo já sinaliza redução, ainda assim, especialistas acreditam que preço ao consumidor não deve sofrer grande diminuição. Enquanto isso, Ministério da Agricultura garante que não faltará carne para o mercado interno
Após semanas de volatilidade, no fechamento da última segunda-feira (2/12), o mercado do boi gordo sossegou. Esse cenário era esperado, tendo em vista, entre outras razões, a dificuldade do escoamento de carne no mercado interno.
Segundo a Scot Consultoria, ” a queda no fluxo de escoamento de carne fez com que os frigoríficos se reposicionassem, ofertando menos pelo boi gordo no fechamento da última terça-feira, dia 3″.
Refletindo a dificuldade de escoamento, houve retração na cotação da carne bovina com osso vendida pelos frigoríficos. O boi casado de animais castrados ficou cotado em R$15,18/kg, uma queda de 3,5% na comparação feita dia a dia.
No Oeste do Maranhão, a arroba do boi gordo ficou cotada em R$193,00, bruto, R$192,50 descontando o Senar e R$190,00 livre de impostos (Senar e Funrural).
“A oferta de boiadas está maior no Oeste em relação às outras regiões do estado, o que faz com que o preço do boi gordo seja menor nessa região”, ressalta a Scot Consultoria. A referência do dia para o boi gordo ficou estável em São Paulo. Contudo, destaca-se que existem frigoríficos pressionando o mercado com ofertas de R$5,00 a R$10,00 a menos por arroba.
“Com o fim aparente das altas, boiadas represadas começaram a aparecer na mesa de compra das indústrias, mas os volumes não são grandes e, portanto, não devem empurrar o mercado de volta para os preços vigentes antes da euforia de novembro. Com as escalas um pouco melhores, os compradores estão menos agressivos e, em muitos casos, oferecendo preços menores pelas boiadas”, afirma a consultoria.
Porém, especialistas também acreditam que apesar do volume de negócios mais tranquilo, a oferta de boiadas continua limitada, o que deixa pouca margem para uma diminuição significativa de preços.
Atenção no Ministério
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) acompanha com atenção a volatilidade do setor, mas garante que não há risco de escassez de carne bovina para o mercado interno.
A ministra Tereza Cristina participou esta semana da abertura da reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Carne Bovina. Na ocasião, destacou que o setor passa por um momento de transição, que está sob monitoramento do Mapa.
“Quero tranquilizar todos vocês [consumidores]. Tivemos uma conjuntura momentânea de seca, falta de pasto e abertura de mercados, mas agora o preço da carne deve se estabilizar. O Ministério da Agricultura não influencia, isso é mercado. Estamos acompanhando de perto o que está acontecendo”, disse.
A ministra garantiu que não há risco de falta de proteína animal no País, já que somente 25% da produção são destinados à exportação
“Posso garantir a vocês não haverá falta de proteína, carne de bovinos, aves e suínos. Vamos aguardar esse momento. Podem ter certeza que vamos continuar a ter o melhor produto nas nossas mesas, nos nossos supermercados. E ainda podemos mandar para o resto do mundo”, afirmou.