Debatedores destacaram o potencial e as oportunidades dessa cultura, inclusive no mercado externo
A produção e a comercialização do feijão-comum e do feijão-caupi foi o mote da live realizada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), na última semana, com o objetivo de mostrar o potencial dessas leguminosas.
Segundo o presidente da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, Ricardo Arioli, que moderou a live, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), aponta que o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de feijão e um dos maiores consumidores dessa leguminosa.
“Os pulses são uma ótima oportunidade econômica para o produtor rural, seja como atividade principal ou como segunda ou até terceira safra. Geram empregos no campo e contribuem para a segurança alimentar do Brasil e do mundo”, disse Arioli ao apresentar o panorama sobre a produção de feijão e pulses (grão-de-bico, lentilhas, ervilhas)no Brasil e sobre as oportunidades para o setor.
Iniciativas
O assessor técnico do Senar, Gabriel Sakita, destacou as iniciativas do Senar para melhorar a condição da produção e comercialização dos pulses, informou que a entidade está produzindo bastante material didático para os cursos de Educação à Distância (EaD). “Nesse primeiro momento, lançamos o curso Produção e Comercialização de Feijão-comum e Feijão-caupi, online e gratuito e com certificação. Mas a ideia é evoluir e produzir também sobre grão-de-bico, lentilhas, ervilhas e outros feijões”, relatou.
De acordo com Sakita, o curso aborda a produção de pulses no Brasil, de feijão-comum e de feijão-caupi e o planejamento das lavouras, além de apresentar a importância econômica e social desses alimentos. Os interessados devem verificar a disponibilidade de vagas no site https://ead.senar.org.br
Outra ação prevista pelo Senar é a produção de uma coletânea de cartilhas sobre pulses, também sobre a produção e comercialização. “Queremos abordar os mercados, as oportunidades, os gargalos, o planejamento e manejo da lavoura da colheita, pós-colheita até a comercialização”, informou Sakita.
Exportações
Por sua vez, o coordenador geral de Promoção Comercial do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Dalci Bagolin, fez um panorama do comércio internacional de feijão, da participação do Brasil nesse cenário, além da promoção comercial.
“O Brasil tem a Índia como o grande mercado externo de feijões, com 41%, além de Vietnã e Paquistão. “Juntos, esses três países representam cerca de 80% das exportações, que são muito concentradas. Precisamos explorar outros mercados”, disse Bagolin.
Tecnologia
Do ponto de vista do produtor, Leandro Lodea, agricultor e secretário da Associação dos Produtores de Feijão, Pulses, Grãos Especiais e Irrigantes de Mato Grosso (Aprofir), falou sobre a capacidade de produção e de mercado dos diferentes tipos de feijões, dos simples aos especiais.
“O sistema produtivo está se transformando gradativamente com a irrigação. Quando a gente fala de irrigação no Centro-Oeste, estamos nos referindo a uma terceira safra, que depende de mais tecnologia, mais investimentos, mas que tem um retorno financeiro significativo”, salientou.
A produção brasileira de grãos na safra 2021/2022 está estimada em 271,2 milhões de toneladas, um aumento de 14,5 milhões de toneladas, em relação à temporada anterior, segundo o 12º Levantamento da Safra de Grãos, publicado dia 8 de setembro, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).