Entre as medidas sugeridas para enfrentar o problema está a prorrogação do prazo de pagamento dos custeios pecuários
Com o objetivo de amenizar a crise na suinocultura independente e encontrar alternativas para resolver as dificuldades dos produtores, a Comissão Nacional de Aves e Suínos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) debateu esse assunto durante reunião realizada dia 14 de fevereiro.
“Estamos enfrentando um momento bastante complicado nos últimos meses, com alto custo de produção e baixo preço de venda. Essa é uma das piores crises recentes da suinocultura brasileira e está afetando a saúde financeira dos produtores”, disse o presidente da Comissão, Iuri Pinheiro Machado.
O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, apresentou algumas ações e medidas sugeridas pelo setor diante da crise. Uma delas foi a prorrogação do prazo de pagamento dos custeios pecuários em um ano.
Outras medidas sugeridas por Lopes foi a manutenção da isenção das alíquotas de contribuição incidentes na importação do milho (Pis/Cofins) até dezembro de 2022 e a reativação da linha de crédito de custeio direcionada à retenção de matrizes suínas (com a concessão de limite de crédito de R$ 2,5 milhões por beneficiário).
A renegociação de dívidas pelos suinocultores independentes também foi defendida pelo superintendente da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), Nelson Fraga. Para ele, uma das alternativas para apoiar o setor produtivo é deslocar recursos dos Fundos Constitucionais para a criação de novas linhas de crédito de custeio, prorrogação de dívidas e de fomento ao setor.
Panorama
O encontro contou com apresentações sobre o panorama do mercado de carnes e de grãos. Na ocasião, o presidente da Comissão de Suinocultura da CNA destacou o crescimento da oferta de carne suína nos últimos anos e analisou dados sobre as exportações e a relação custo de produção e preço de venda do suíno.
Já o assessor técnico da CNA, Rafael Ribeiro de Lima, abordou o situação atual e as perspectivas para as safras de milho e soja. “O baixo volume de chuvas em importantes estados produtores deve resultar em quedas de produção expressivas, principalmente no milho primeira safra”, disse ele.