Tecnologias de irrigação – como a aspersão, microaspersão e gotejamento – terão destaque durante a AgroBrasília 2019: Feira Internacional do Cerrado, que será realizada no DF entre 14 e 18 de maio. Foto: Divulgação
A preocupação com o meio ambiente, mantendo o equilíbrio entre a produção agrícola e a preservação das bacias do Cerrado, tem levado órgãos competentes a planejarem e adotarem programas que contribuam para uma melhor gestão e utilização racional da água, especialmente na região do Distrito Federal.
Para tratar disso e de outros temas, a organização da AgroBrasília 2019 – Feira Internacional dos Cerrados – trará grandes empresas de tecnologia, que apresentarão soluções tecnológicas como as mais recentes novidades do setor de irrigação, que permitem o uso de eficientes sistemas. O evento conta com o apoio da revista A Lavoura e da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).
Por meio da exposição de maquinários e equipamentos, os produtores rurais terão, ao seu alcance, tecnologias de irrigação como a aspersão, a microaspersão e o gotejamento. A AgroBrasília, que será realizada entre os dias 14 e 18 de maio, dará destaque aos trabalhos de uso eficiente de recursos hídricos da região do DF, que possui elevada concentração de pivôs centrais – a maior da América do Sul.
Conservação da água e solo
Um dos programas que terão espaço dentro da feira será o Projeto Produtor de Água no Pipiripau, desenvolvido pela Agência Nacional de Águas (Ana) em parceria com outras 15 instituições, que atuam na recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APPs).
Iniciado em dezembro de 2011, esse trabalho destacará ações de conservação da água e do solo na bacia hidrográfica do ribeirão Pipiripau, manancial que nasce em Goiás, mas possui a maior parte de sua área no Distrito Federal.
O projeto também mostrará as ações de readequação de estradas rurais, a construção de barraginhas e as atividades de educação ambiental, com o intuito de aumentar o volume de água que recarrega o lençol freático e diminuir o escoamento superficial, que resulta em problemas como a erosão e o assoreamento.
Para cumprir seu objetivo, ainda promove ações de revitalização ambiental, por intermédio do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) prestados por produtores rurais da região.
A bacia hidrográfica do ribeirão Pipiripau tem sido cenário de conflitos pelo uso da água, em razão de sua utilização para o abastecimento humano, irrigação de culturas agrícolas, além de servir à pecuária. A consolidação desse projeto, desde sua criação, “permitiu uma governança harmoniosa entre os parceiros e usuários da água”, afirma a organização da AgroBrasília 2019.
Mais projetos
Outro projeto de destaque durante a Feira Internacional do Cerrado será a alocação negociada da água da bacia hidrográfica do Rio Jardim, implementado pela Empresa Brasileira de Assistência Técnica Rural (Emater-DF) e pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa).
O trabalho envolve 26 produtores rurais e, nessa localidade, a área irrigada por pivôs centrais ocupa 4.650 hectares, onde são utilizados 75 pivôs.
Para otimizar o uso da água nessa unidade hidrográfica, a Emater-DF elaborou uma planilha com a intenção de plantio de todos os produtores e, a partir daí, calculou a necessidade de água.
Com o intuito de controlar o uso desse bem natural pelos irrigantes, os agricultores foram divididos em dois grupos, de modo que cada um deles ficasse com o direito de irrigar durante dois dias e sem irrigar nos dois dias subsequentes evitando, assim, o excesso de retirada de água do rio.
“O projeto é muito importante, pois garante a vazão remanescente no córrego e evita prejuízos aos agricultores”, diz Marconi Borges, gerente da Emater-DF, ressaltando que, além disso, o projeto evitou a perda de 3,7 mil hectares de culturas que seriam plantadas e perdidas por falta de água.
Outras campanhas
A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal, por sua vez, tem realizado outras campanhas de incentivo ao uso consciente da água, além de atuar em projetos que buscam o contato direto com os produtores rurais.
“Um dos principais instrumentos de gestão durante a crise hídrica foi a alocação negociada da água, que ajudou a aproximar a Adasa dos produtores, na busca pelo uso racional dos recursos hídricos disponíveis”, afirma Paulo Sérgio Salles, diretor-presidente da instituição.
Os benefícios da preservação do recurso hídrico vão além dos limites da Bacia do Rio Jardim, tendo em vista que está dentro da Bacia do Rio São Francisco, pois o Rio Jardim deságua no Rio Preto, que deságua no Rio Paracatu e, na sequência, deságua no Rio São Francisco.
Vale destacar que o Distrito Federal possui afluentes de rios que contribuem para outras duas grandes regiões hidrográficas do Brasil: o Araguaia-Tocantins e o Paraná.
Serviço
AgroBrasília – Feira Internacional dos Cerrados
Data: 14 a 18 de maio de 2019
Local: Parque Ivaldo Cenci, PAD-DF, BR-251, Km 5, Brasília (DF)
Mais informações, acesse o site www.agrobrasilia.com.br.
