A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, elogiou o agronegócio brasileiro durante seu discurso proferido na solenidade de comemoração de cem anos da Sociedade Rural Brasileira (SRB). O evento foi realizado na noite desta segunda-feira, 30 de setembro, na capital paulista.
Na visão da ministra, o setor agropecuário brasileiro é o mais sustentável do mundo, fornecendo produtos alimentícios que chegam ao prato de um bilhão de pessoas por dia, e tem espaço para crescer mais.
“Os ministros dos Brics [grupo de países composto por Brasil, China, África do Sul, Rússia e Índia] vieram aqui, no Brasil, nos últimos dias e viram o que o agronegócio realmente é, e não o que dizem, o que pintam do agronegócio lá fora. E é por isso que, hoje, nós estamos tendo que explicar ao mundo o inexplicável. Nós temos o agronegócio mais sustentável do mundo, mas tem uma pecha de que não o fazemos da maneira que fazemos”, disse Tereza Cristina, no evento realizado na sede do Jockey Club de São Paulo.
A ministra acrescentou que, a cada dia, o agro também embarca mais tecnologia e “nós precisamos mostrar isso, aqui dentro, na nossa sociedade, e também para o mundo”.
Para ela, esse importante segmento para a economia nacional, além de crescer, e deve ousar mais: “O agronegócio brasileiro foi muito tímido ainda, e nós temos grandes oportunidades, nós temos extensão de terra, temos produção sustentável, temos nossa produtividade crescendo cada vez mais, temos competência técnica, enfim, precisamos agora ousar mais, precisamos entender o que é que nós temos para entregar para o consumidor mundial. Temos que saber o que eles querem da gente”.
Sobre a SRB
Fundada em 1919, a Sociedade Rural Brasileira participou de episódios marcantes na história do País e se estabeleceu como uma das principais vozes dos produtores rurais brasileiros. A ata inaugural da entidade foi assinada por 50 produtores, em São Paulo. Na época, o Brasil vivia a Primeira República, ocasião da predominância da política do “café com leite” – dinâmica que envolvia a alternância de cafeicultores paulistas e fazendeiros mineiros no comando do Brasil. Foi a proximidade dos pioneiros com a economia do café que levou à fundação da SRB, na cidade de São Paulo.
Desde então, a instituição participou de importantes movimentos, como a Revolução Constitucionalista de 1932, a mobilização da sociedade civil brasileira em 1964 e a formação das bases da Constituição Federal de 1988, com valores que deram origem à Lei Agrícola e às modernas relações do Estado com o setor privado.
Hoje, atua na articulação de sugestões de políticas públicas e nas discussões de reformas necessárias para o desenvolvimento do País. Ao apoiar o produtor rural, independentemente de tamanho e da localização, a Rural, como é conhecida por seus associados, teve presidentes e diretores cujo desempenho ensejou que assumissem cargos relevantes no governo federal, ministérios e secretarias de Estados.