Uso eficiente da água, métodos de cultivo, utilização de energia renovável e certificações ambientais são algumas das iniciativas indicadas
O segmento do tomate industrial é responsável por empregar diretamente cerca de 130 mil pessoas em diferentes etapas, desde o plantio e produção até o processamento dos frutos.
E, para garantir o uso consciente dos recursos naturais nas lavouras e nas operações fabris, a Tomate BR, associação brasileira dos processadores e utilizadores de tomate industrial, destaca sete práticas sustentáveis recomendadas para a indústria de atomatados.
Vlamir Breternitz, diretor da Tomate BR, salienta que iniciativas como o uso eficiente da água, métodos específicos de cultivo, utilização de energia renovável e a busca por certificações ambientais estão entre as principais medidas a serem adotadas pelo setor.
Tomate industrial x tomate in natura
No entanto, ele ressalta que é importante considerar algumas diferenças importantes entre o tomate industrial e o tomate in natura, aquele que é comercializado no varejo, que podem influenciar na adoção dessas práticas.
“Além de diferenças na preparação do solo, plantio e irrigação, o tomate para processamento, por exemplo, cresce de forma rasteira e em contato com o solo, sendo cultivado em larga escala de áreas e com a utilização de alta taxa de mecanização. Já o tomate para consumo direto, geralmente, é produzido em áreas menores e com baixo emprego de mecanização, além de ser cultivado, em sua maioria, por agricultura familiar”, explica Breternitz.
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Uso eficiente da água
Essencial para a otimização e preservação dos recursos hídricos, o uso eficiente da água é uma das premissas básicas quando se pensa em uma cultura que demanda um fornecimento constante, como é o caso do tomate.
Para viabilizar essa iniciativa, o especialista orienta que os sistemas de irrigação por gotejamento, de monitoramento da umidade, de captação e reuso de água, assim como o uso de coberturas de solo, podem ser implementados pelos agricultores. “É importante também a manutenção e aferição constante de todos os equipamentos envolvidos, eliminando a possibilidade de vazamentos e desperdício em todo o sistema”, enfatiza.
Segundo o diretor da Tomate BR, na verdade, é um conjunto de medidas que, quando adotadas, contribuem para essa gestão eficiente dos recursos hídricos.
“A adoção de práticas de melhoria de eficiência de irrigação, com uso intenso de ferramentas de monitoramento de solo e clima integradas às mais diversas tecnologias disponíveis no mercado, permitem aos agricultores otimizarem ao máximo os recursos hídricos e, consequentemente, melhorar os índices de preservação ambiental do setor”, afirma Breternitz.
Ele completa que “O uso de coberturas vegetais no solo também contribui para que essa água evapore mais lentamente”.
Métodos de cultivo sustentáveis
Sobre os métodos de cultivo que priorizam a sustentabilidade, o diretor da Tomate BR destaca a adoção de práticas agrícolas orgânicas ou de agricultura regenerativa, que visam reduzir a aplicação de produtos químicos sintéticos, promover a biodiversidade e melhorar a saúde do solo.
“Nesse ponto é imprescindível o uso de defensivos biológicos, ou biodefensivos, que utilizam ativos de origem natural para eliminar pragas ou doenças e não agridem o meio ambiente. Eles podem incluir agentes biológicos vivos, como insetos, fungos e bactérias, ou substâncias químicas naturais, como feromônios e hormônios que regulam crescimento e enzimas das plantas”, informa Breternitz.
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Redução do desperdício
Reduzir o desperdício dos alimentos é uma prática que deve ser adotada por todos os segmentos do agro ao longo de sua cadeia de suprimentos, desde a colheita até o consumo final.
E, na opinião do diretor da Tomate BR, pode ser viabilizado por meio de melhores práticas de manuseio, armazenamento e distribuição. “Ao longo do processo, é preciso garantir a proteção contra condições climáticas adversas e o armazenamento em estruturas adequadas até que os frutos cheguem à indústria, com a ventilação apropriada e o controle da umidade, por exemplo”, complementa o executivo da entidade.
Energia renovável
Para o especialista, investir em fontes de energia renovável, como a energia solar ou eólica, são fundamentais para reduzir a pegada de carbono associada à produção de tomate.
Ele conta que, atualmente, existem companhias que atuam no processamento do tomate industrial e produção de atomatados, que já contam com esses recursos em suas operações. “Essa é uma tendência muito forte que temos percebido nos últimos anos e o objetivo é que aumente. As energias renováveis permitem operações mais viáveis economicamente e mitigam os impactos no planeta”, aponta o diretor da associação.
Transporte e logística eficientes
Outro ponto relevante, pensando na redução das emissões de carbono, diz respeito ao transporte e logística do tomate industrial. A medida pode ser concretizada a partir da otimização das rotas de entrega, da consolidação das cargas e do uso de veículos mais eficientes em termos de combustível.
Embalagens sustentáveis
Pensando nas etapas de processamento industrial, a adoção de embalagens sustentáveis, conforme aponta Breternitz, é, na verdade, uma iniciativa urgente que atende a diferentes frentes, como a redução dos descartes no meio ambiente, a eficiência operacional e a maior consciência do consumidor, que, nos últimos anos, passou a priorizar alimentos e produtos que carregam essa premissa.
“Embalagens recicláveis ou biodegradáveis aliviam a sobrecarga dos aterros, reduzem a pegada de carbono e o uso de recursos naturais para sua confecção. Além disso, embalagens mais leves e recicláveis otimizam as etapas logísticas e ajudam a reduzir os custos de operação”, sublinha o executivo.
Em sua avaliação, trata-se, além da sustentabilidade, de uma estratégia que traz vantagens competitivas ao apostar na inovação para se melhorar a funcionalidade e a estética dos produtos.
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Certificações ambientais
Por fim, pensando na sustentabilidade do setor de tomate industrial, Breternitz destaca a busca por certificações ambientais, que podem variar de acordo com o objetivo das companhias que processam os frutos e desenvolvem produtos a partir dessa matéria-prima. “São selos como o ISO 14001, que ao estabelecerem uma série de parâmetros a serem seguidos para sua obtenção, ajudam a regular as boas práticas do setor, com empresas trabalhando diariamente para que suas operações sigam essas premissas e sejam, de fato, mais responsáveis socioambientalmente”, conclui.
Fonte:Tomate BR
Foto abertura: Divulgação Tomate Br