A Síndrome Braquicefálica pode ser um perigo para cães de crânio curto
Os cães braquicefálicos são aqueles animaizinhos de focinho achatado, que possuem outras características bem peculiares: seu crânio é curto – maior na largura quando comparado ao comprimento –, apresentando uma desarmonia estrutural, que ocasiona alterações anatômicas, principalmente nas vias aéreas superiores, resultando na diminuição do fluxo de ar inalado. É o que explica a médica veterinária Simone Salgueiro Santi.
Segundo ela, um cachorro de focinho achatado não necessariamente irá desenvolver a Síndrome Braquicefálica, no entanto, ele está mais propenso a esse problema, que pode colocar a vida do pet em risco.
“A síndrome consiste no conjunto dessas alterações anatômicas congênitas, que comprometem o sistema respiratório, caracterizada pela estenose das narinas, prolongamento do palato mole, traqueia mais estreita e colapso de faringe”, informa a especialista.
De acordo com Simone, os animais acometidos por esse mal podem apresentar uma ou mais alterações, “que costumam aparecer entre um e quatro anos de idade, não havendo, consequentemente, predisposição sexual ou racial”.
Raças
Conforme a médica veterinária, as raças mais propensas são bulldog (inglês e francês), Pug, shih-tzu, Pequinês e boston terrier, mas a síndrome pode acometer outras raças braquicefálicas, como a Cavalier King Charles spaniel, boxer, lhasa Apso, Mastiff, Chihuahua etc.
Cães braquicefálicos podem desenvolver esse mal entre um e quatro anos de idade
Embora não tenha dados oficiais sobre essa doença típica de cachorros braquicefálicos, a especialista acredita que “ela esteja aumentando bastante, uma vez que esse tipo de cão está cada vez mais popular por aqui”.
Sintomas e tratamento
Simone informa que os sintomas mais comuns da Síndrome Braquicefálica são respiração ruidosa, intolerância ao exercício e ao calor, dispneia (dificuldade respiratória), engasgos, salivação, vômitos e, ocasionalmente, síncope.
“Podemos tratá-la de forma conservativa ou médica, minimizando seus problemas, a partir do controle de peso, restringindo os exercícios físicos, mantendo o cão em um ambiente fresco e ventilado e, vez ou outra, fazendo uso de anti-inflamatórios”, enumera.
A médica veterinária, no entanto, alerta: “Dependendo do grau de anomalias que o cão apresenta, também podemos optar pelo tratamento cirúrgico, realizando a correção da anormalidade, diminuindo a dificuldade da passagem do ar e, consequentemente, melhorando a eficiência respiratória”.
“Por exemplo: se o cão tem estenose das narinas, podemos fazer uma cirurgia realizando o alargamento das narinas. Se o cão tem o palato prolongado, é possível realizar uma cirurgia que permite sua redução”, relata Simone.