Resíduos da pecuária, como o sangue bovino, que iam para o lixo viram adubo orgânico
Um fertilizante orgânico serve para reconstruir as propriedades do solo, que vão se esgotando ao longo do uso, realizando a reposição de sua biologia, aumentando sua capacidade de absorver e armazenar água por mais tempo, diminuindo sua compactação – até mesmo o mais aerado – e melhorando a oxigenação e infiltração de água na terra.
No mercado agropecuário são muitas as inovações biotecnológicas e um desses exemplos é o fertilizante orgânico composto Agri Natura, produzido e comercializado pela GR Agrária, empresa localizada em Campos dos Goytacazes (RJ).
O agrônomo Guilherme de Sá, representante técnico e comercial da GR Agrária, informa que a empresa começou a produzir, há pouco tempo, um fertilizante orgânico, primário no Brasil, cuja base da fermentação é o sangue bovino.
“O adubo orgânico é produzido, entre outros componentes, com sangue bovino (resíduos de abatedouros), rúmen (material digestivo extraído do estômago de bovinos que vão para o abate) e maravalha (resíduos fragmentados de poda urbana)”, explica.
Processamento
Conforme o agrônomo, uma das fases mais importantes da fabricação do adubo é o processamento utilizando o Acelerador de Compostagem Embiotic Line, produto biológico que visa à decomposição de resíduos sólidos orgânicos, fornecendo um insumo rico em nutrientes para plantas, hortas e jardins.
“O Agri Natura fornece macro e micronutrientes com foco na obtenção de maior vigor vegetativo e produtivo das plantas”, garante o especialista, acrescentando que “os ácidos orgânicos apresentados em sua composição têm o importante papel de disponibilizar nutrientes presentes no solo, de forma insolúvel”.
Aplicação
O agrônomo explica que o fertilizante pode ser aplicado “em vasos, como componente para a produção de substratos, canteiros de hortas, adubação de fundação, forração para colocação de tapetes de grama, manutenção de áreas verdes e recuperação de solos degradados de forma geral”.
“A ideia (de desenvolver o fertilizante orgânico) surgiu do aproveitamento do sangue bovino, quando era produzida uma farinha usada na fabricação de rações, no entanto, teve sua viabilidade econômica comprometida por diversos aspectos, tais como: qualidade ruim, baixo rendimento, maquinário de alto custo, entre outros.”