Área a ser semeada com soja tende a um crescimento de 2,3% em relação à safra 2018/19 e o plantio da oleaginosa pode ocupar 56% do espaço rural de cultivo. Milho e algodão também devem registrar um bom desempenho
A safra de grãos 2019/2020 deve bater um novo recorde, com 246,4 milhões de toneladas, resultando em um aumento de 1,8% ou 4,3 milhões de toneladas em comparação ao ciclo agrícola anterior. Os números fazem parte do 2º levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado na quarta-feira, 13 de novembro. A pesquisa de campo foi realizada no período de 28 de outubro ao dia 1º deste mês, com mais de 900 informantes em todo o país.
De acordo com a estatal, a intenção de plantio sinaliza uma variação positiva de 1,4%, quando comparado à área da última safra, chegando a 64,1 milhões de hectares.
A área a ser semeada com soja aponta para um crescimento de 2,3% em relação à safra passada. O plantio no Brasil atinge 56% da área. A produção está estimada em 120,9 milhões de toneladas, mesmo com os problemas climáticos que atrasaram o plantio em Mato Grosso do Sul.
Outras culturas
Já o milho primeira safra, que nos últimos levantamentos perdia espaço para a soja, mostrou aumento de área e alcançou 4,1 milhões de hectares. A produção pode chegar a 26,3 milhões de toneladas, 2,4% superior a 2018/19. As condições das lavouras no Rio Grande do Sul e Paraná estão boas. A partir de janeiro, começa o plantio da segunda safra do cereal, que representa mais de 70% da produção de milho no País.
O algodão, cuja janela de plantio começa no final deste mês, mantém a projeção de crescimento tanto em área, alcançando mais de 1,6 milhão de hectares, quanto no volume total esperado, podendo chegar a 2,7 milhões de toneladas de pluma. O produtor segue apostando na demanda externa pela pluma brasileira. Em outubro, o Brasil exportou o maior volume mensal da história: 279 mil t de pluma.
Para o feijão primeira safra, a estimativa é de redução da área, devendo ficar em 917,8 mil hectares. Ainda assim, a perspectiva é de produção superior à safra passada, podendo chegar a mais de 1 milhão de toneladas. Com o atraso das chuvas e a opção por culturas mais rentáveis, o produtor também prefere investir na segunda safra, para garantir uma colheita com maior qualidade.
Redução de área
Outras culturas, como o arroz, deve ter redução de 1,8% na área cultivada. Apesar do atraso no plantio, em função do excesso de chuvas no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a produção deverá ser 0,2% maior que a safra passada, chegando a 10,5 milhões de toneladas.
O clima, especialmente na Região Sul, tem prejudicado a finalização da colheita dos cereais de inverno. O trigo, por exemplo, deve apresentar redução de 2,8% na produção final, alcançando 5,3 milhões de toneladas. No entanto, outras culturas como aveia branca, centeio e cevada apontam para aumento no volume produzido em comparação ao ano anterior.