Recursos da operação de crédito a título de empréstimo, junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), destinam-se ao financiamento parcial do Programa de Modernização e Fortalecimento da Defesa Agropecuária (ProDefesa) do Ministério da Agricultura
O Senado aprovou um empréstimo de US$ 195 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para investimentos no sistema brasileiro de defesa agropecuária. O anúncio foi feito pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, nesta quarta-feira (30 de novembro), durante a reunião do Conselho Nacional dos Secretários de Estado de Agricultura (Conseagri),
A autorização do Senado para o governo brasileiro contratar operação de crédito externo junto à instituição financeira foi publicada no Diário Oficial da União (D.O.U.) do dia 30 de novembro. Os recursos da operação de crédito destinam-se a financiar parcialmente o Programa de Modernização e Fortalecimento da Defesa Agropecuária (ProDefesa).
“Ontem (29/10), eu tive a boa notícia, sofrida, suada, mas conseguimos finalmente aprovar um financiamento no Senado de US$ 195 milhões para ajudar a defesa sanitária brasileira”, informou aos secretários estaduais reunidos na sede do Mapa, em Brasília.
Ela continuou dizendo: “Não é a fundo perdido, mas é a juros baratos, e isso é importantíssimo para organizar o sistema sanitário como um todo. Vamos, agora, lutar no Ministério da Economia para esse dinheiro vir (logo) para cá”.
Aos secretários de Agricultura, Tereza Cristina também pediu que alertem os governadores sobre a importância da questão sanitária: “Precisamos trabalhar na mesma régua. Não podemos ter dois Brasis em sanidade”.
“Está na nossa mão trazer renda e novos investimentos. Temos de pensar grande”, afirmou a executiva, referindo-se à possibilidade de todos os Estados brasileiros exportarem seus produtos agropecuários, em especial para a China, hoje principal parceiro comercial do Brasil.
Atendimento
“Estamos montando aqui no Ministério um núcleo China que vai trabalhar em um fuso meio de dia e meio de noite para atendê-los, para a gente ter o que entregar”, informa Tereza Cristina, relatando que, durante a reunião na semana passada, em Pequim, o presidente da China, Xi Jinping, pediu ao presidente Jair Bolsonaro para ajudar a resolver o problema deles (de abastecimento de proteína animal, causado pela dizimação de parte do rebanho atingido pela peste suína africana).
“Ele (o presidente chinês) pediu para o Brasil habilitar mais plantas para exportar carne para a China; nós conseguimos habilitar 25 frigoríficos; eles querem mais”, destacou. ”Nós podemos crescer muito mais, em outras cadeias, além de carne, soja, milho, algodão – e não só para a China”, acrescentou Tereza Cristina. A ministra informou ainda que os chineses querem importar café do Brasil. “Nos ajudem a trazer mais café para a China. Foi o que ouvi”, relatou a ministra.
Segundo ela, “está em nossa mão ser proativos. Não adianta pensar que os chineses precisam da nossa proteína animal e vegetal, se não tivermos sanidade. Não adianta ter boa produção e boa higiene, se não respondermos os questionários (sanitários, exigidos para exportação). Deixaremos espaço para outros que sabem preencher papel melhor do que nós; me ajudem nisso”, disse a ministra aos secretários do Ministério da Agricultura.