O mercado mundial de logística e transporte de drones pode chegar a US$ 24 bilhões até 2026. No Brasil, o setor é impulsionado pelo agronegócio, mas outros segmentos estão aderindo, a exemplo de uma startup que já fez entrega de carga leve em propriedades de difícil acesso
O mercado global de logística e transporte de drones pode chegar a 24,01 bilhões de dólares até 2026, com um crescimento anual de 19,1%, segundo dados da ReportsWeb. E o uso desses veículos aéreos não tripulados (vants) para a logística será somado aos tradicionais aviões tripulados, helicópteros, caminhões, carros, motocicletas e embarcações, indo muito além da entrega (delivery) de pequenas encomendas em domicílio.
A afirmação é do executivo Emerson Granemann, CEO da MundoGEO e idealizador da feira DroneShow, dois anos após a regulamentação do uso desses equipamentos no Brasil. O evento anual, que tem o apoio da revista A Lavoura e da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), será realizado entre os dias 25 e 27 de junho, em São Paulo.
“Esse é um caminho sem volta. Para ter uma ideia, muito em breve o drone já será uma opção para o transporte de cargas mais leves e, em alguns anos, será possível transportar itens mais pesados, incluindo pessoas. Mas se o crescimento do setor de drones como um novo modal é certo, engana-se quem pensa que já é possível entregar pizzas com eles ou outros tipos de alimentos por aí”, afirma Granemann.
Segundo ele, parte disso se deve ao fato de que ainda não é permitido o voo sobre pessoas sem sua autorização (anuência), assim como são proibidos os voos com drones sobre cidades, conforme prevê a regulamentação desse segmento, em vigor no País desde o dia três de maio de 2017.
“Para utilizar o equipamento é preciso estar atento e conhecer a regulamentação do setor consultando os órgãos da Agência Nacional de Aviação (Anac), responsável pela validação dos projetos e registro dos drones e pilotos, e pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), que autoriza cada operação respeitando limites de segurança”, orienta o CEO da MundoGEO.
Dados do agro
Dois anos após serem definidas as regras para uso de drones no País, publicadas em maio de 2017, cerca de 40% desses equipamentos aéreos eram usados pelo setor do agronegócio, conforme estimativas dos organizadores da DroneShow.
Esse número era, até então, bem maior se comparado ao restante do mundo, onde apenas 25% usam drones no agro, de acordo com informações da empresa de auditoria PwC.
O mercado de drones ou veículos aéreos não tripulados (vants) deve movimentar algo em torno de 76 bilhões de dólares entre os anos de 2016 e 2022, conforme perspectivas divulgadas pela empresa BIS Research, no ano passado.
Esse é o cenário mundial da agricultura de precisão que envolve a fabricação e utilização desses equipamentos, que contêm hardwares – dispositivos CNSS /GPS, sensores, câmeras e displays –, além de apresentarem sistemas e serviços de gestão associados.
Continue lendo a reportagem completa “Uso de drones decola no agro”, publicada originalmente na edição impressa nº 720 da revista A Lavoura, já disponível em plataforma online para acesso gratuito, pelo link (encurtado): ow.ly/Wzvk30oNLGH. Assine a revista A Lavoura conhecendo nossas condições especiais pelo e-mail assinealavoura@sna.agr.br.
Caso especial
De acordo com o CEO da MundoGEO, Emerson Granemann, outro segmento que tem se destacado pelo uso de drones em serviços de entregas (delivery), seguindo as normas dos órgãos regulamentadores, é o de saúde.
“Um bom exemplo é a empresa suíça Matternet, que atua com o transporte de medicamentos e suprimentos em áreas populadas de difícil acesso e recentemente recebeu permissão para voos comerciais nos Estados Unidos e Suíça.”
Ele comenta que, “recentemente, a Universidade de Maryland realizou o primeiro transplante de rim entregue por meio de um drone”. “O órgão foi levado de um hospital a cerca de cinco quilômetros de distância e transplantado com sucesso em uma paciente com insuficiência renal, de Baltimore.”
A ação, continua Granemann, “é uma iniciativa inédita que visa melhorar e acelerar as entregas de órgãos nos Estados Unidos, onde aproximadamente 114 mil pessoas esperam por um transplante de órgãos desde 2018, e algo em torno de 4% das remessas de órgãos atrasam, em média, duas horas.
Experiência no Brasil
Já no Brasil, um case de sucesso na área de delivery, citado pelo executivo, é o da startup SMX Systems, do paulistano Samuel Salomão. A empresa é a primeira e única a atuar com o desenvolvimento de sistemas aéreos não tripulados (UAS) para o transporte e entrega de cargas leves.
“Em operação desde janeiro de 2018, a SMX realizou testes com o uso da tecnologia para melhorar a experiência das pessoas que vivem em propriedades localizadas às margens de rios ou de difícil acesso. A tecnologia e o trabalho da SMX renderam uma parceria com o Grupo Elfa, composto por empresas varejistas e distribuidoras de medicamentos, juntamente com o laboratório farmacêutico Sanofi, para testes com a entrega de medicamentos com drones.”
Conforme Granemann, a startup, além disso, vem recebendo periodicamente muitas demandas para transportes dos mais diferentes tipos e situações: “Com tantas opções de negócios e empresas de sucesso no Brasil e no mundo trabalhando no desenvolvimento de novas tecnologias e soluções, a expectativa é que o uso de drones para entregas e transporte de cargas vire realidade”.
Previsão para 2024
Ele destaca, diante disso, o relatório da Singularity University que prevê, para 2024, 10 milhões de voos diários com drones – hoje, existem 120 mil voos diários das companhias aéreas.
“O estudo também prevê que os drones deixarão suas encomendas em droneportos em condomínios horizontais e verticais de forma rotineira em cinco anos.”
Granemann ressalta que “atualmente, no Brasil, tanto a Anac quanto o Decea estão muito receptivos para análise dessas das novas demandas dos setores de saúde e alimentos”.
Fórum Empresarial de Drones e DroneShow
As agências reguladoras estarão presentes no 7º Fórum Empresarial de Drones, que será realizado no dia 26 de junho, como parte da programação da feira DroneShow, em São Paulo, marcada para 25 a 27 do mesmo mês.
A participação também incluirá a presença do Ministério da Defesa, órgão responsável pelo controle de operações com drones no mapeamento de precisão.
“Tudo indica que as autorizações para voar em áreas rurais e mesmo urbanas em situações especiais, com equipamentos e rotas pré-definidas está próxima, tanto para atender as entregas de alimentos como para salvar vidas”, diz o idealizador do DroneShow.
Confira a programação completa de cursos, seminários e fóruns e garanta sua vaga nos dois eventos. Conforme a organização dos eventos, para os inscritos nos cursos, seminários ou fóruns não será necessário adquirir o ingresso na feira. Nesse caso, a entrada será gratuita nos três dias. Para mais informações, acesse droneshowla.com.