Junção das iniciais de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (em inglês), o bloco econômico fomenta, há 13 anos, a cooperação comercial entre as chamadas economias emergentes
Reunidos durante a 11ª Cúpula do Brics, os chefes de Estado dos cinco países que integram o bloco – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – aprovaram na quinta-feira, 14 de novembro, a Declaração de Brasília com as principais decisões do grupo.
Na área da agricultura, o documento reconhece a importância da cooperação entre as nações envolvidas e da gestão sustentável dos recursos naturais. Ainda destaca que o acordo comercial entre elas deve se basear na ciência e na tecnologia.
“Na condição de líderes mundiais na produção de produtos agrícolas e lar de grandes populações, destacamos a importância da cooperação do Brics na agricultura.Reconhecemos a importância da agricultura de bases científicas e do uso de TICs para essa finalidade. Sublinhamos a necessidade de garantir segurança alimentar, qualidade sanitária dos alimentos, combater a desnutrição, eliminar a fome e a pobreza por meio do aumento da produção agrícola, da produtividade, da gestão sustentável dos recursos naturais e do comércio agrícola entre os países do Brics”, indica o documento.
A Declaração de Brasília também traz o comprometimento em implementar os resultados da COP 14 da Convenção das Nações Unidas para o Combate à desertificação (UNCCD) para alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 15.3 (uso sustentável dos ecossistemas terrestres) até 2030, de combate à desertificação, recuperação de terras e solos degradados, e “lutar para alcançar um mundo neutro em termos de degradação da terra”.
Junção das iniciais de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (em inglês), o bloco econômico Brics fomenta, há 13 anos, a cooperação comercial entre as chamadas economias emergentes. O grupo nasceu como um apelido do mercado financeiro, mas acabou ganhando fôlego e tornando-se um mecanismo de cooperação que reúne 3,1 bilhões de pessoas, o equivalente a 41% da população mundial.
Acordo de Paris
Os líderes se comprometeram com a implementação do Acordo de Paris e pediram o apoio dos países desenvolvidos para ampliar a prestação de assistência financeira, tecnológica e de capacitação aos países em desenvolvimento para apoiar ações de mitigação e adaptação.
Outro resultado foi a criação da Aliança Empresarial de Mulheres do Brics, que visa a aumentar o papel das mulheres como impulsionadoras do crescimento econômico, contribuindo para o empoderamento econômico das mulheres nos cinco países.
A Declaração conjunta também cita a 9ª Reunião de Ministros da Agricultura do Brics, realizada em setembro, na cidade de Bonito, no Estado de Mato Grosso do Sul, que reconheceu a importância da agricultura sustentável e o papel da biotecnologia para o aumento da produtividade,
Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina participou das sessões plenárias, encontros bilaterais e fórum empresarial. No dia 13 de novembro, o Brasil e a China firmaram acordos sanitários para que o Brasil exporte melão para o país asiático, que poderá vender pera para o mercado brasileiro.
Presidida pelo presidente Jair Bolsonaro, a 11ª Cúpula do Brics foi realizada em Brasília, nos dias 13 e 14 de novembro, ocasião em que reuniu o presidente Vladimir Putin (da Rússia), o primeiro-ministro Narendra Modi (Índia), o presidente Xi Jinping (China) e o presidente Cyril Ramaphosa, da África do Sul. Ao final do encontro, o Brasil entregou a presidência rotativa do bloco para a Rússia.