Dados do estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 2018/19 a 2028/29 apontam para o embarque de 138 milhões de toneladas de grãos em dez anos, o que pode significar um aumento de 39 milhões de toneladas em relação a 2019
O agronegócio brasileiro deve continuar em crescimento pelos próximos dez anos, impulsionado pelas atuais e futuras relações internacionais do País com outras nações. Projeções de exportação para o período indicam, por exemplo, que o embarque de 138 milhões de toneladas de grãos pode resultar em um aumento de 39 milhões de toneladas em relação a 2019, o que corresponde a 40% de incremento.
Os dados fazem parte do estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 2018/19 a 2028/29, produzido pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pela Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O algodão em pluma é um dos destaques e deverá registrar aumento nas vendas externas em 43%; a soja em grão, 42%; e o milho, 33%. Entre os principais produtos exportados, o açúcar sai de 18 milhões de toneladas alcançando 24 milhões de toneladas, e o café, de 35 milhões de sacas para 41,2 milhões de sacas.
O estudo destaca que, em 2028/29, 35,5% da produção de soja devem ser destinados ao mercado interno, no caso do milho, 65,3%; e no café, 49,2%.
“Haverá, assim uma dupla pressão sobre o aumento da produção nacional, devida ao crescimento do mercado interno e das exportações do país. As carnes deverão ter uma forte importância no crescimento”, indica o documento.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês, de 2019) projeta que, em 2028/2029, o Brasil será o maior fornecedor mundial de soja (49%) e o segundo maior de farelo de soja (26,9%). No caso do milho, o País deve ocupar a segunda posição, com 21,7%, atrás somente dos norte-americanos (35,8%).
Frutas
A participação das frutas têm crescido no mercado interno quanto no internacional. No próximo decênio, terão alta os embarques de manga, maçã e uva, com incremento de 61%, 54% e 41%, respectivamente.
Em 2018, as exportações renderam US$ 980,6 milhões, o equivalente a 878 mil toneladas, incluindo nozes e castanhas. Mamão papaya (US$ 50 milhões), mangas (US$ 178,82 milhões) e melões (US$ 136 milhões) apresentaram, no ano passado, os melhores desempenhos em valor nas vendas externas.
Nesse setor, no entanto, o Brasil exporta pouco do que produz: é o terceiro maior produtor mundial de frutas (atrás da China e Índia), porém exporta apenas 2,5% da produção, conforme dados do setor de fruticultura e do Ministério da Agricultura, referentes a 2018.
“As exportações de mamão, maçã e uva representam em torno de 3% da quantidade produzida. Os principais mercados para as frutas brasileiras são os Países Baixos, Estados Unidos, Reino Unido e Espanha”, mostra o estudo.
Carnes
Já as vendas externas de carnes (bovina, frango e suína) devem saltar de 7 milhões de toneladas para 9,3 milhões de toneladas ao final da década, com destaques para carne suína (+34%) e de frango (+33%). No período, as exportações dos três tipos devem crescer 3% ao ano.
“O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, 2019) classifica o Brasil em 2028 como primeiro exportador de carne bovina, sendo a Índia o segundo, seguida pela Austrália e Estados Unidos. Nas exportações de carne de porco, o Brasil é classificado em quarto lugar, atrás da União Europeia, Estados Unidos e Canadá. Em carne de frango, o Brasil fica em primeiro lugar nas exportações, seguido pelos Estados Unidos e União Europeia”, aponta o estudo.
O trabalho não avaliou os impactos do Acordo Mercosul – União Europeia, firmado em junho passado, em Bruxelas.