A temporada de férias e de viagens chegou e os proprietários que pretendem ter a companhia de seus animais de estimação durante os passeios precisam estar atentos a alguns cuidados especiais. Informação e planejamento são fundamentais para manter a saúde e o bem-estar dos animais no período
Diretor clínico do Hospital Veterinário Pet Care, o médico veterinário Marcelo Quinzani explica que os animais só devem viajar em caso de necessidade. “Normalmente o mais comum é que cães e gatos acompanhem os proprietários nas pequenas viagens de final de semana ou férias”, lembra. “Já os outros animais, como peixes, aves, roedores e tartarugas somente devem ser transportados em caso de mudanças ou viagens definitivas”. O especialista explica que essas espécies se estressam muito durante o transporte devido às mudanças e oscilações de temperatura e mesmo devido ao manejo e movimentação anormal e lembra também que não é recomendado transportar fêmeas prenhes e animais idosos, principalmente aqueles com diagnóstico de alguma doença cárdio-respiratória ou neurológica.
Guia de Trânsito Animal
Os cães e gatos estão dispensados da exigência da GTA – Guia de Trânsito Animal, documento que é emitido somente por veterinários credenciados no Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Hoje para viajar com um pet em território nacional tanto por via área quanto rodoviária, basta que o proprietário possua a carteira de vacinação atualizada, com destaque para a imunização antirrábica e um atestado de sanidade, emitido por um médico veterinário que esteja credenciado no Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), do Estado de origem do animal. “Este documento garante que o cão ou gato está livre de doenças contagiosas e que pode, portanto, circular”, diz o médico veterinário. “O ideal é que o proprietário programe com antecedência uma visita ao médico veterinário de sua confiança que vai checar o estado de saúde geral do animal e emitir o documento”.
O atestado tem validade de 10 dias e se a viagem for durar mais tempo é preciso que o proprietário vá a um médico veterinário no local da viagem para obter um novo o documento para retornar. A GTA ainda é exigida no transporte de todos os outros animais. “O proprietário deve se informar sobre a possibilidade de colocação de micro-chips e se orientar sobre a necessidade e os cuidados com a sedação dos animais”, acrescenta. Para animais que pretendem ingressar na Comunidade Europeia a dosagem de anticorpos antirrábica é obrigatória. Nesse caso a coleta pode ser feita no hospital e o envio do material segue para o instituto Pasteur, esclarece o médico veterinário do Hospital Veterinário Pet Care.
A maneira correta de transportar os cães e gatos depende do meio de locomoção escolhido:
No ar
Os cães e gatos estão liberados para viagens aéreas, mas é preciso agendar previamente o embarque com o bicho, pois cada companhia tem dias pré-definidos para decolar com animais e existe um número limite de pets por vôo. “Para poderem ir na cabine de passageiros junto com seus donos os pets devem pesar no máximo 15 kg e estar em malas ou caixas próprias para a viagem”, diz Quinzani. “A partir desse peso o animal precisa ser levado no compartimento de bagagens. As companhias aéreas determinam o tamanho da caixa de transporte de acordo com o peso e tamanho do animal”.
Antes de embarcar são necessários cuidados como: jejum alimentar de no mínimo três horas; deixar o animal urinar e defecar antes de colocá-lo na caixa de transporte; se o animal estiver acostumado colocar uma roupa para aquecê-lo devido ao frio do compartimento de carga. “O uso de sedativo pode ser uma exigência da companhia, e deve ser avaliado pelo médico veterinário responsável pelo animal”, diz. “O animal deve portar uma coleira com identificação, assim como a identificação da caixa de transporte”. Se a viagem for muito longa é preciso assegurar ainda a oferta de água ao animal durante o trajeto.
Na estrada
Em ônibus o transporte é bastante limitado sendo permitido somente animais de pequeno porte, desde que estejam em recipiente adequado e sempre acompanhado do proprietário, como bagagem de mão. “Vale a pena checar as regras da empresa com antecedência antes da viagem”, recomenda. “Durante as paradas aproveite para levar o animal para urinar e defecar”, aconselha o médico veterinário.
Se o meio de transporte escolhido for o carro, a primeira regra é nunca levar os animais soltos dentro do veículo. “Eles devem estar dentro de caixas de transporte ou presos com cinto de segurança especiais para animais”, ensina. Para cães muito grandes é recomendado o uso de reboques especiais. “Em todos os casos os animais devem ser acondicionados com conforto e segurança”.
A maioria dos animais enjoa durante a viagem e por conta disso não devem ser alimentados pelo menos três horas antes da partida. “A oferta de água deve ser constante, mas o volume oferecido deve ser controlado para diminuir a produção de urina e possíveis vômitos”. É importante ainda tomar ainda alguns cuidados especiais com a temperatura ambiente. “Deve se dar preferência às horas mais frescas do dia, ou viajar durante a noite. Se possível o uso do ar condicionado deve ser constante em todo o trajeto”, alerta Marcelo Quinzani.
Os cães não transpiram como o homem, sendo a respiração a única forma de controlar o processo de refrigeração e manutenção da temperatura corpórea ideal. “Quando submetidos a calor ambiental intenso ou situações de estresse podem não ter condições de perder calor e entrar no processo que chamamos de hipertermia ou choque térmico que pode levar à morte na maioria dos casos”.
Os cães braquicéfalos (de focinho curto) como os bulldogs, pugs, boxers, shitsu, lhasa apso, boston, entre outros, sofrem mais com isso devido à anatômica dificuldade de respirar e perder calor.
Hospital Veterinário Pet Care – 24h
Avenida Giovanni Gronchi, 3001
Morumbi – São Paulo/SP – 11 3743-2142