A vacina, como todo medicamento, para fazer efeito precisa ser de boa qualidade e é necessária a observação de alguns cuidados em sua conservação
A vacina é uma substância, como proteínas, toxinas, partes de bactérias ou vírus, ou mesmo vírus e bactérias inteiros, atenuados ou mortos, que ao serem introduzidas no organismo de um animal, estimulam a reação do sistema imunológico, desencadeando a produção de anticorpos. A vacina é uma ferramenta muito importante para combater as doenças, sendo também a forma mais econômica de intervenção, pois sua abordagem reduz os custos os tratamentos de saúde relacionados com as doenças infecciosas. Porém, como todo remédio, para fazer efeito precisa ser de boa qualidade.
A vacinação é o ato de inoculação da vacina, que sensibiliza o sistema imunológico do organismo, prevenindo o surgimento de doenças causadas por micro-organismos específicos. Dessa forma, ajuda o sistema imunológico a estabelecer meios de defesa contra esses microrganismos, de forma que, quando um indivíduo vacinado fica exposto à doença, o seu sistema imunológico poderá reagir rápida e eficazmente para prevenir a doença.
Instruções para o armazenamento das vacinas
Para manter essa qualidade, a vacina precisa ser conservada em temperatura de 2º a 8º C até o momento de sua aplicação.
Na hora da compra é preciso que a vacina seja acondicionada em caixa térmica (de isopor ou outro produto isolante térmico), com gelo suficiente para mantê-la refrigerada até o momento da aplicação.
O indivíduo responsável pela compra e transporte da vacina, desde a casa comercial até a propriedade rural, deverá cuidar para que ela seja conservada em refrigeração todo o tempo, do contrário perderá seu valor imunizante.
Na propriedade rural, a vacina precisa ser mantida na mesma temperatura (2º a 8OC), seja na geladeira ou na caixa de isopor com gelo.
As vacinas devem ser colocadas nas prateleiras centrais da geladeira e nunca na parte mais inferior do refrigerador. Também não podem ser colocadas na porta da geladeira. Os frascos e ampolas de vacinas, de preferência, devem ser colocados em bandejas perfuradas, sobre as prateleiras, a fim de haver uma boa circulação de ar frio.
As vacinas dentro da geladeira não podem ser armazenadas em caixas térmicas, a não ser que elas estejam abertas.
Instruções para a vacinação:
- Anote os dados da vacina na folha de registro de vacinação: laboratório produtor, marca da vacina, partida, data da compra e data de validade;
- verifique se a seringa está higienizada e calibrada para o volume indicado;
- verifique se as agulhas estão esterilizadas;
- agite o frasco de vacina toda vez que encher a seringa;
- certifique-se de que o conteúdo da seringa contém a dose correta e que não existem bolhas de ar;
- aplique a vacina conforme a via indicada pelo laboratório produtor e constante rótulo;
- as agulhas com ponta torta, aparência de suja ou que tenham caído ao chão devem ser imediatamente substituídas. Para reduzir o risco de contaminação e formação de abscessos (caroços) utilize sempre agulhas esterilizadas;
- as agulhas devem ficar na água fervente por pelo menos 15 minutos, para que ocorra a esterilização (colocar as agulhas depois que a água ferver);
- mantenha uma agulha no frasco, exclusivamente para retirar a vacina;
- vacine com tranquilidade, sem pressa e certifique-se de que a dose de vacina foi totalmente aplicada e que não refluiu (escorreu) pelo orifício deixado pela agulha;
- não colocar na mesma seringa diferentes tipos de vacinas ou produtos. Vacinas e produtos diferentes devem ser aplicados com seringas exclusivas e em locais diferentes;
- vacine nos períodos mais frescos do dia (pela manhã ou no final da tarde);
- durante sua aplicação, os frascos com a vacina devem continuar em caixa de isopor com gelo, mantidos na sombra, protegidos da radiação solar direta;
Todo o material utilizado na vacinação deve ser lavado com água, sabão ou detergente e depois ser desinfetado. Deve ser guardado seco em local apropriado.
Porque as vacinas falham?
Mesmo com todos os controles a que são submetidas as vacinas disponíveis no mercado, falhas podem ocorrer em consequência de vários fatores:
1) Temperatura inadequada de conservação: o congelamento, a radiação solar ou aquecimento prejudicam profundamente a eficiência da vacina. Para conservar adequadamente, a vacina precisa ser mantida todo tempo sob refrigeração, entre 2º a 8º C.
2) Dosagem insuficiente: mesmo quando administrada a dose correta, a utilização de agulhas muito grossas pode favorecer o refluxo da vacina pelo orifício deixado pelas mesmas, reduzindo a dose efetiva de vacina injetada.
3) Doença pré-existente: após a aplicação da vacina, o animal fica protegido a partir do 21º (vigésimo primeiro) dia. Isto quer dizer que, se os animais contraem a doença antes de transcorrido este prazo, é porque não houve tempo para a formação dos anticorpos pelo organismo.
4) Outros subtipos de micro-organismos: ainda que menos frequente, pode ocorrer falha da vacina quando surge um novo tipo de vírus ou bactéria diferente daqueles utilizados na vacina. A confirmação deste fato só pode ocorrer mediante exame laboratorial. Daí a importância da notificação da doença e do envio de material para diagnóstico por parte do médico veterinário da região.
Na dúvida, procure o Serviço de Defesa Sanitária Animal mais próximo da sua região.