O planejamento inclui a análise do solo, para se verificar a necessidade de adubação e correção, a escolha da forrageira que melhor se adapta às condições da terra e verificar a qualidade das sementes
O departamento técnico Matsuda, responsável pelo setor de sementes do Grupo Matsuda, está recomendando aos pecuaristas e produtores rurais que pretendam reformar suas pastagens, para que iniciem, na fase de transição das águas para a seca, o planejamento de todas as fases do trabalho. Segundo o engenheiro agrônomo do Grupo Matsuda, Marcelo Ronaldo Villa, esta é a fase em que o produtor “já pode começar a pensar no total da área que deseja reformar e planejar a melhor maneira de fazer isso, incluindo a análise de solo, para ver o nível de fertilidade e verificar a necessidade de adubar ou corrigir o solo”. Além disso, segundo Villa, o produtor também deve desde já, escolher a forrageira que melhor se adapte às condições da área, levando em consideração a fertilidade, a topografia e o clima, e de poder decidir também, com antecedência, quais as características das forrageiras mais adequadas, de acordo com a espécie ou a categoria animal que pretende colocar na nova área de pastagem reformada”, esclarece.
Marcelo Villa explica que “as pastagens brasileiras, na maioria das vezes, são estabelecidas nas áreas menos nobres das propriedades, em locais de topografia irregular, em solos de baixa fertilidade e ácidos, enfim, em locais que não são utilizados e não servem para a agricultura”. Além dos diversos erros de manejo, ainda segundo o técnico, essas pastagens se encontram degradadas nos mais variados estágios e as principais causas são “a perda da fertilidade natural do solo, a infestação por ervas daninhas, a infestação por insetos, erosões, problemas com algumas doenças e escolha inadequada da espécie forrageira, o que causa problemas de adaptação edafoclimática da espécie escolhida”.
De acordo com Marcelo Ronaldo Villa, é possível se classificar a degradação das pastagens “em vários níveis diferentes, cabendo ao agrônomo identificar esse estado e propor as medidas corretivas necessárias. Mas tudo tem que estar no planejamento, para que, a partir do segundo semestre, quando se inicia a estação das águas, a reforma ou recuperação possa de fato ser iniciada.”. Para o técnico, a degradação das pastagens pode ser entendida como “a evolução de um processo que leva à perda das qualidades mínimas necessárias para a boa nutrição dos animais e – o que também é grave – a de se manter protegida dos ataques de pragas e doenças”.
As sementes corretas
A escolha da melhor semente de capim para ser plantada na propriedade é um ponto fundamental para se formar uma boa pastagem. Essa escolha é, muitas vezes, relegada ao segundo plano, segundo o técnico da Matsuda, para quem “os gastos com sementes de boa qualidade representam menos de 10% do custo total da formação da pastagem. O preço médio para se formar uma boa pastagem é calculada em R$ 1 mil por hectare, mas que pode variar conforme os níveis de fertilidade do solo, exigências da forrageira e o nível de produtividade desejado”. A adoção dessa prática aumenta a perenidade dos pastos melhorando a oferta e qualidade da forragem aos animais.
Marcelo Ronaldo Villa chama a atenção dos produtores usuários de sementes de forrageiras para a Legislação que regulamenta os padrões mínimos destas sementes. A Instrução Normativa nº 30 de 21/05/08 determina que a pureza e a germinação mínimas, seja de 60%.
Esta alteração é bastante importante, uma vez que esses novos padrões aumentam significativamente a qualidade das sementes de forrageiras. O técnico alerta ainda para o perigo das “sementes piratas” que, apesar de serem mais econômicas, possuem baixa qualidade, tornando o preço caríssimo no final. Essas sementes piratas podem contaminar a propriedade com ervas daninhas, doenças, insetos e outras pragas que comprometem toda a atividade da propriedade.
Marcelo Villa destaca o ótimo trabalho de fiscalização que o Ministério da Agricultura vem realizando, “o que tem contribuído significativamente para coibir as sementes piratas do mercado e checar a qualidade das comercializadas”, finaliza.