Ações apoiadas pelo Sebrae Minas visam agregar valor ao produto e aumentar a comercialização em Minas Gerais
Tombado como Patrimônio Cultural e Imaterial Brasileiro, o Queijo Canastra completa em abril dois anos de certificação com Indicação Geográfica (IG) na modalidade de procedência. Para valorizar ainda mais o queijo produzido na Serra da Canastra, o Sebrae Minas promove uma série de ações para aumentar o valor agregado do produto e ampliar o mercado. No final de março, donos de restaurantes, lanchonetes e lojas de produtos artesanais de Belo Horizonte participaram de uma visita técnica para conhecer o processo produtivo do queijo e negociar com os produtores da região.
Os compradores conheceram a produção e degustaram os queijos feitos por cerca de 20 produtores apoiados pelo Sebrae Minas. O objetivo da iniciativa é criar um diferencial de mercado para o produto e aumentar a comercialização em Minas Gerais. “Queremos que o queijo canastra seja reconhecido como um produto especial, com sua identidade e origem protegidas e deixe de ser comercializado como commodity”, afirma o analista da Unidade de Agronegócios do Sebrae Minas, Ricardo Boscaro.
As ações do Sebrae Minas começaram em 2013. Os produtores foram orientados sobre a importância do trabalho em grupo, o fortalecimento da associação dos produtores, a revisão do regulamento de uso da Indicação de Procedência e a análise do mercado. Um diagnóstico está sendo feito sobre a produção, distribuição e mercado do queijo produzido na região. Esse levantamento irá nortear outras ações do Sebrae para expansão de mercado e melhoria na gestão dos negócios.
Procedência
A produção do queijo nas propriedades rurais é toda artesanal. A altitude e o clima são determinantes para as características do produto e contribuem para definir o terroir, a exemplo dos melhores queijos franceses e italianos. Aliás, esses são alguns dos requisitos para a denominação do Queijo Canastra, de acordo com o INPI.
Para colocar em prática esses critérios, o Sebrae Minas também está trabalhando em parceria com os produtores. A ideia é estruturar e capacitar o conselho regulador para fiscalizar a produção, regulamentação do produto e registro de controle que, futuramente, será feito por meio de um selo de procedência.
Com a Indicação de Procedência (IP), registro concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (IN PI), a região que abrange as cidades de São Roque de Minas, Medeiros, Vargem Bonita, Tapiraí, Bambui, Delfinópolis e Piumí, passou a ser reconhecida como a única produtora de Queijo Canastra do país.
A região concentra hoje cerca de mil pequenos produtores que, juntos, fazem por ano mais de 4 mil toneladas do produto. Para produzir um quilo de Queijo Canastra são necessários de 10 a 12 litros de leite, coalho e fermento lácteo natural, tirados do próprio soro. Após ser produzido, o queijo é colocado no processo de maturação por, no mínimo, 22 dias, para o queijo “curar”, melhorando a qualidade e agregando valor ao produto.