Com o objetivo de ampliar a capacidade de produção de alimento para o gado, a Embrapa Clima Temperado vem recomendando o cultivo de girassol e de milho no mesmo ciclo de produção para produzir silagem. Segundo o pesquisador Jorge Schafhauser, a recomendação é que o girassol seja semeado em julho para colheita em dezembro, e o milho seja plantado na sequência, para ser colhido em maio.
O pesquisador observa que o sistema radicular do girassol é mais profundo que o do milho, permitindo que ele busque a água em níveis mais profundos do solo. “A resistência à estiagem não é tão grande, mas o girassol procura água com mais eficiência, o que permite que seja cultivado em épocas de estresse hídrico”, diz Schafhauser.
Mais proteína
A silagem feita a partir do girassol apresenta teor mais elevado de proteína do que a feita com o milho. Possui de 10% a 14% de Proteína Bruta, enquanto a de milho gira entre 7% e 8%. O pesquisador explica que a silagem de girassol é realizada com a trituração da planta inteira (assim como a de milho), após a maturação fisiológica, sendo que o capítulo (flor) responde por cerca de 50% do peso total da planta. O ponto ideal de corte é quando o capítulo está bem maduro, pois, antes disso, o teor de matéria seca ainda é muito baixo, devido à umidade do caule e do próprio capítulo, o que leva à perda de efluentes e redução do valor nutritivo da silagem.
A vantagem proteica em relação ao milho faz com que o girassol seja uma boa opção para a reduzir a quantidade do concentrado, principalmente para vacas leiteiras, que têm uma demanda elevada de proteína, permitindo uma grande economia no custo de produção do leite.
Jorge Schafhauser lembra ainda que o custo de produção/tonelada de silagem de girassol é semelhante ao do milho, podendo ser até menor. “Obviamente, depende de muitas variáveis, entre elas a vantagem de um baixo investimento em sementes e, por outro lado, uma menor produção de biomassa por área.