Depois de terminar uma estação de monta, é hora de se iniciar o trabalho para que o próximo período reprodutivo seja um sucesso
Com o término do verão, é comum acharmos que o trabalho com reprodução também está chegando ao fim, pelo menos até a próxima estação de monta. Porém, é após a conclusão de uma estação de monta que se inicia o trabalho para que o próximo período reprodutivo seja um sucesso. E, como isso se dá? Com a realização dos exames ginecológicos e andrológicos dos reprodutores, ou, simplesmente, “exame de outono”.
Este exame tem como objetivo identificar a capacidade reprodutiva e eventuais problemas tanto nas matrizes, quanto com nos garanhões. E o leitor deve estar se perguntando: mas estes exames não podem ser realizados durante a estação? Claro que podem, mas, quando realizado com antecedência, ao surgirem eventuais problemas, existe tempo hábil antes do início do período reprodutivo para um possível tratamento, quando for necessário. E, desta forma, não haverá perda de tempo, quando o cio for fértil, a matriz estará apta a gestar.
Métodos reprodutivos
Além disso, podemos ainda pré-determinar o melhor método reprodutivo a ser utilizado para cada animal. Se o problema for detectado tardiamente na estação de monta, poderá haver perda de sêmen, repetição de cio, infecções uterinas, perdas embrionárias e, só mais tarde, é que o problema será identificado. Pode, então, acontecer de não restar tempo suficiente nesta estação para o tratamento — e posterior cobertura.
E no que consiste este exame? É um exame completo que avalia as condições reprodutivas da égua ou do garanhão, onde se investiga as causas de possíveis falhas de prenhez, e as condições uterinas. Faz-se ainda a avaliação de éguas virgens que serão inseridas nos programas reprodutivos. São realizados ultra-sonografia endometrial e exames complementares como os de citologia uterina, bacteriológico e, quando necessário, biópsia uterina.
A conformação da vulva é uma preocupação importante para o prognóstico reprodutivo, uma vez que existe a patologia denominada pneumovagina, que se caracteriza pela entrada de ar pela vagina, devido ao mal posicionamento da vulva, acometendo o útero de infecções, e que, em alguns casos, poderá ser corrigido com cirurgia.
Prevenção
Desta forma, podemos prevenir processos infecciosos e também tratar precocemente infecções já instaladas, evitando que haja a redução de fertilidade ou ainda infertilidade nos animais. Podemos, igualmente, descartar animais, que apresentem processos degenerativos de difícil tratamento, como a endometriose, evitando prejuízos.
Nos garanhões, este exame é utilizado para verificarmos sua fertilidade e, assim, determinarmos a capacidade reprodutiva e o melhor método de cobertura para cada reprodutor. Para tal é coletado, através de vagina artificial, o sêmen do garanhão em questão após esgotamento seriado. São analisados os seguintes parâmetros: macroscopicamente — volume, odor, coloração, pH e microscopicamente — concentração, motilidade, vigor e morfologia. Deve-se, ainda, fazer o teste de libido.
Seleção do plantel
Em razão do crescimento da equinocultura nacional, é muito importante a atuação conjunta do médico veterinário, proprietário e criador, no sentido de melhorar a produtividade e seleção do plantel de maneira lucrativa para o criador.
É neste momento também que iremos observar, classificar e agrupar os animais de acordo com a categoria (égua parida, primeira cria, vazia. Ou garanhão iniciante experiente, idoso), escore corporal (magra, normal, obesa) e sua saúde (verme, carrapato, babesia), para facilitar o manejo e tratar aqueles que necessitarem.
Aliados a todos estes cuidados, devemos ainda observar o estado nutricional do plantel e nunca descuidar do manejo sanitário para que tenhamos uma estação de monta sem surpresas e com bons índices de concepção, gestação e nascimento.