Redução de agrotóxicos e controle alternativo de pragas aumenta chances de produtores no mercado internacional
No mercado de flores é fundamental que os produtores tenham atenção quanto à folhagem e à flor, que não podem apresentar danos pelo ataque de pragas ou doenças. Por isso, o uso de agrotóxicos é comum.
Mas começa a contar pontos, principalmente para a exportação, a produção sustentável das flores. Atenta a essas mudanças, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), de São João del-Rei, no Campo das Vertentes, já desenvolve, por meio do Núcleo Tecnológico Epamig Floricultura (Nutef), desde 2009, experimentos para o cultivo de rosas sem agroquímicos.
Sem agroquímicos
“O mercado internacional tem mostrado a existência de um movimento de consumidores à procura de alimentos e flores ausentes de resíduos de agroquímicos. A tendência é de que os consumidores se tornem mais exigentes a cada ano e que induzam o setor produtivo a se adequar para se tornar mais competitivo”, afirma a engenheira agrônoma e pesquisadora da Epamig, Elka Fabiana Aparecida Almeida.
Ela desenvolve projetos de Produção Integrada de Rosas. Em 2009, tiveram início dois experimentos, visando ao manejo sustentável do solo e ao controle alternativo de pragas. O terceiro projeto, implantado em 2011, teve por objetivo o uso sustentável da água e a redução da adubação nitrogenada. Segundo a pesquisadora, os três experimentos encontram-se em desenvolvimento e os primeiros resultados já comprovam que é possível cultivar rosas de uma forma sustentável. Elka explica que as tecnologias estão sendo desenvolvidas para reduzir a aplicação de agrotóxicos e adubos com o manejo integrado e controle biológico de pragas e doenças, e pela utilização de adubação verde e adubos orgânicos produzidos pelo próprio produtor.
Projeto
Para este ano de 2012, foi aprovado junto à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), mais um projeto no âmbito da produção sustentável de rosas, que disponibilizará recursos de R$ 26.800. Com o valor, serão realizados experimentos para verificar o comportamento de outras variedades de rosas e de adubos verdes para o controle biológico de pragas, além da implantação de duas unidades de testes de validação dos resultados em propriedades familiares. “Com este novo projeto vamos levar a tecnologia para o produtor”, explica a pesquisadora.
Menos agrotóxicos
Com as tecnologias geradas pelas pesquisas realizadas pela Epamig, o produtor poderá diminuir a aplicação de adubos e agrotóxicos na produção de rosas, utilizando boas práticas agrícolas. “Desta forma, ele poderá reduzir os custos com a produção, preservar o meio ambiente e obter a certificação de sua propriedade, o que favorecerá a comercialização das rosas”, destaca a engenheira agrônoma.
Segundo ela, as cadeias de distribuidores e grandes pontos de vendas, principalmente da Comunidade Europeia, têm exigido dos exportadores que seja levado em consideração o nível de resíduos de agrotóxicos, o respeito ao meio ambiente, a rastreabilidade e as condições de trabalho, higiene e saúde dos trabalhadores na agricultura. “Os consumidores de diversos países têm exigido informações a respeito da origem e do processo de produção de hortaliças, frutas e flores, dando preferência a produtos rastreados e/ou certificados”, completa.
Os projetos de sustentabilidade na produção de rosas contam com o apoio, além da Fapemig, do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).