Segundo o jornal científico online Plos One, pesquisadores chineses teriam introduzido genes humanos em 300 vacas, que passaram a produzir leite com nutrientes essenciais para o sistema imunológico dos bebês.
A intenção dos cientistas é oferecer uma alternativa ao leite em pó, muitas vezes criticado como sendo um substituto inferior para os bebês. Além disso, afirmam que o desenvolvimento de fontes alternativas às proteínas do leite materno seria benéfico para a saúde infantil, como no caso de haver problemas com a lactação das mães. Embora o jornal inglês The Telegraph afirme que a pesquisa tem o apoio de uma grande empresa de biotecnologia, a pesquisa sofre críticas de grupos de proteção aos animais, que questionam a segurança do leite de animais geneticamente modificados e seus efeitos sobre a saúde do próprio gado.
Já o principal autor do estudo, o diretor do Laboratório State Key para Agrobiotecnologia da Universidade Agrícola da China, Li Ning, ressaltou que o leite materno contém todos os nutrientes que uma criança necessita – o que não ocorre com o leite de vaca, que não é tão facilmente digerido ou absorvido. “Fazer o leite de vaca mais humano poderia dar um impulso aos laticínios nutricionais”, afirmou.
O processo utilizou métodos de clonagem para introduzir genes humanos ao DNA de vacas leiteiras da raça Holstein. Os embriões modificados se desenvolveram e os adultos produziram leite com uma proteína humana chamada lisozima, um antimicrobiano natural. Contudo, isso só foi possível devido às leis chinesas, mais flexíveis sobre modificações genéticas do que na Europa. O diretor tem a expectativa de comercializar outras pesquisas genéticas em três anos, mas estima que ainda serão necessários 10 anos ou mais para que o “leite de vaca humano” chegue ao consumidor.