O mormo ou lamparão é uma doença infectocontagiosa dos equídeos, causada pelo Burkholderia mallei, uma bactéria que atinge o sistema respiratório, podendo ser transmitida a outros animais e aos seres humanos. Ela se manifesta por febre, secreções e lesões cutâneas, além de provocar um corrimento viscoso nas narinas e a presença de nódulos subcutâneos nas mucosas nasais, nos pulmões e nos gânglios linfáticos e ainda causar pneumonia. Os equídeos contraem a doença pelo contato com material infectante: pus, secreção nasal, urina ou fezes.
Somente em 2015, o Brasil registrou mais de 155 casos de mormo em 12 Estados, conforme dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Os incidentes ocorrem em Ceará, Goiás, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo. No ano passado foram contabilizados, oficialmente, 202 casos em todo o País, com destaque para PE (95), SP (26) e MT (18).
Procedimentos
Em caso de identificação da doença, o equideocultor deve notificar imediatamente à Defesa Sanitária mais próxima; isolar a área da infecção e dos animais sob suspeita; sacrificar daqueles que reagiram positivamente à mesma prova de maleína (teste de contraprova do mormo e geralmente prescrito para o comércio internacional); cremação dos corpos no próprio local; desinfecção de todo o material que esteve em contato com os animais doentes; além da desinfecção rigorosa dos alojamentos e da suspensão de medidas profiláticas somente 120 dias depois do último caso constatado.
Ação preventiva
No final de agosto, no município de General Câmara, a Emater/RS-Ascar (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rio Grande do Sul/Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural) coordenou um trabalho pioneiro e inédito na região. Em três localidades do interior foi coletado sangue de 233 equinos de 146 proprietários.
Município de General Câmara (RS) se mobiliza para realizar testes mais acessíveis aos proprietários de equideos, para casos de mormo e anemia infecciosa.
De acordo com o veterinário da Emater/RS-Ascar da cidade, João Antônio Guahyba Neto, o objetivo foi realizar testes laboratoriais para incidências de mormo e anemia infecciosa equina. As coletas de sangue dos animais foram enviadas para os testes em laboratório de outro Estado.
“As secretarias de Agricultura de municípios vizinhos estão buscando informações para copiar a mobilização, gerada pela demanda da comunidade, que solicita providências urgentes para tornar viável economicamente, aos produtores rurais e urbanos, a bimestralidade para atestados de mormo”, destaca Guahyba Neto.