O gado leiteiro costuma ser mais acometido pela tristeza parasitária do que o gado de corte
Transmitida principalmente por carrapatos, a tristeza parasitária bovina pode trazer grandes prejuízos para os pecuaristas, reduzindo a produtividade do rebanho. A anemia e a febre são um dos principais sintomas da doença e, nos casos mais graves, o animal chega a urinar sangue e pode morrer.
Na maioria das vezes, a doença surge em forma de surtos, prejudicando todo o rebanho e não um único animal. Pesquisas da Embrapa indicam que a melhor forma de prevenir a tristeza parasitária bovina é realizar o controle integrado do carrapato, onde se utilizam várias estratégias de controle que possibilitam manter os rebanhos com baixos níveis de infestação durante todo o ano, sendo o controle estratégico, uma das mais importantes práticas que deve ser adotada nos rebanhos.
No Norte, por exemplo, o controle integrado do carrapato dos bovinos, onde o controle estratégico deve ser realizado no período que antecede o início das chuvas, entre os meses de agosto e setembro, no meio deste período, e em seu final. “Utilizando uma série de estratégias, como o controle estratégico, rotação de pastagens e utilização de animais “aspiradores” de larvas nas pastagens, assim como a utilização de carrapaticidas de alta eficiência para o controle das populações de carrapatos nas propriedades consegue-se um bom controle desse ectoparasita nos rebanhos em Rondônia, evitando que haja uma grande concentração de carrapatos nos animais e nas pastagens, permitindo que se faça também um bom controle da tristeza parasitária”, conforme explica Luciana Gatto Brito, pesquisadora da Embrapa Rondônia.
Controle integrado
O controle integrado do carrapato também é a melhor forma de combater a tristeza parasitária porque os rebanhos não podem ficar totalmente livres desses parasitos, uma vez que eles funcionam como uma espécie de vacina natural, ajudando o animal a desenvolver resistência contra a doença. Em número reduzido, o carrapato ajuda na manutenção da circulação dos agentes causais da tristeza parasitária nos rebanhos em níveis tão baixos que eles não chegam a adoecer, uma vez que estarão com o sistema imunológico do animal ativo contra a doença.
O gado leiteiro costuma ser mais acometido pela tristeza parasitária do que o gado de corte. “A gente sabe que os bovinos de leite têm uma infestação por carrapatos muito maior do que os bovinos de corte”, explica a pesquisadora da Embrapa Rondônia. “Eles são muito mais susceptíveis à ocorrência da doença, principalmente os animais mais jovens porque ainda estão descobertos pela proteção do sistema imunológico”.
Os produtores devem ficar atentos aos sintomas da tristeza parasitária e, em caso de suspeita de sua ocorrência, procurar um especialista para que seja dado o tratamento adequado, evitando maiores danos ao rebanho e prejuízos à sua produção.