A temporada de calor e umidade favorece a proliferação de parasitas e os cuidados para prevenir infestações – e evitar problemas que vão desde uma simples coceira a doenças graves – devem ser redobrados
Coceira insistente, pele avermelhada e pequenas lesões são alguns dos sintomas de que um cão ou gato está carregando escondido sob seu pelo parasitas como pulgas e carrapatos. As condições climáticas favoráveis somadas ao fato de esta ser a estação das férias, fazem do verão uma época propícia ao aparecimento de infestações. “No caso das pulgas, os ovos são depositados em ambientes internos, como casas e apartamentos e o calor e a umidade favorecem a eclosão”, esclarece o médico veterinário Marcelo Quinzani, diretor clínico do Hospital Veterinário Pet Care. “No caso dos carrapatos a postura é feita em ambientes abertos e as chuvas de verão e enxurradas podem atrapalhar sua proliferação. Por isso as infestações são mais comuns durante meses mais secos. Essas particularidades tornam os cuidados indispensáveis durante o ano todo.”
Quinzani explica ainda que a inspeção constante da pelagem, a prevenção mensal, a tosa regular, a atenção ao comportamento do pet e o cuidado de evitar ao máximo os ambientes como áreas rurais são medidas preventivas que devem ser adotadas. “É importante lembrar de checar todo o corpo do animal, principalmente a cabeça, as orelhas e entre os dedos”, ensina o clínico. “Campos, gramados, jardins são alguns dos ambientes potencialmente contaminados. Quando o contato com esses locais não puder ser evitado, o uso dos preventivos passa a ser a única opção de controle”.
Sabonete, shampoo, loção, spray, coleiras e pour-on, aquela pipeta que é colocada na nuca do animal, são algumas das opções que recheiam as prateleiras dos pet shops prometendo prevenir o aparecimento de pulgas e carrapatos e eliminar os parasitas que possam existir. “Entre todas essas opções consideram-se as coleiras, sprays e os pour-ons como os mais eficientes. A eficácia do produto depende muito do principio ativo utilizado e da resistência a determinados produtos. É preciso estar atento porque muitos podem ser tóxicos”, alerta. “O mais prudente é sempre consultar um especialista que vai avaliar e indicar o melhor preventivo de acordo com a idade, peso e estado de saúde do animal.”
O médico-veterinário lembra ainda que não há um número de ocorrências, nem mesmo é necessário que exista uma infestação para que pulgas e carrapatos sejam considerados um problema. “Muitas vezes, para o animal alérgico, uma única pulga pode desencadear prurido generalizado e então já deve ser considerado como algo grave”, pontua. “A presença constante de parasitas ou a resistência aos produtos também pode ser considerada um problema. Para que se saiba, considera-se infestação quando o número de parasitas é tão grande que começa a infestar ambiente, outros animais e mesmo pessoas.”
Febre, perda de apetite, abatimento, dor articular repentina, anemia, sangramento espontâneo nasal, das gengivas ou de ferimentos são alguns dos sintomas das doenças que pulgas e carrapatos podem transmitir ao animal. “As pulgas podem ser transmissoras da Micoplasmose, ou haemobartonelose como era designada antigamente pelos veterinários”, diz Quinzani. Vale lembrar que a pulga só pica os seres humanos quando o número de parasitas é maior que a oferta de animais. “Isso acontece quando a ocorrência se torna uma infestação e também em ambientes que tiveram cães e gatos e não possuem mais, ou ainda, em locais abandonados.”
Já os carrapatos podem transmitir a Babesiose, Erlichiose, Doença de Lyme, Febre Maculosa e Anaplasmose. “Essas doenças são transmitidas por diferentes espécies de carrapatos, entre elas a Doença de Lyme e a Febre Maculosa podem ser transmitidas aos seres humanos”, explica. “A primeira é uma doença que tem sintomas iniciais parecidos com a gripe e aparecimento de manchas na pele (eritema migratório). Sem tratamento a doença pode evoluir para problemas que afetam o sistema músculo-esquelético, linfático, neurológico e cardíacos”, explica. “A Febre Maculosa por sua vez, provoca inicialmente febre alta, dor no corpo, dor da cabeça, inapetência, desânimo, e pode evoluir para lesões, pequenas hemorragias cutâneas e, sem tratamento, pode ser fatal”.