Algumas medidas podem reduzir o uso de agroquímicos e os custos de produção da lavoura
A quantidade e a qualidade da produção de arroz podem ser afetadas com a invasão de insetos e pragas na lavoura, se o produtor não tomar cuidados básicos com as áreas de produção. Segundo o agrônomo do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Jaime de Oliveira, os principais insetos são a bicheira-da-raiz, o percevejo-do-colmo e a lagarta-da-panícula.
“Devido ao aumento da população e a ocorrência de novas espécies, é fundamental que o agricultor saiba o manejo correto com o uso de estratégias que evitam perdas de rendimento e efeitos adversos ao ambiente”, destaca. Utilizar medidas isoladas para o controle desses insetos não é o suficiente. Para Oliveira, o orizicultor deve adotar um conjunto de práticas que impliquem no manejo correto em todas as fases da cultura.
O preparo do solo, a época da semeadura e a adubação equilibrada são alguns dos fatores decisivos para a obtenção de resultados satisfatórios de produtividade, além do controle adequado de pragas. “Plantas mal nutridas têm maior dificuldade para suportar o ataque de pragas”, esclarece.
De acordo com Oliveira, entre as principais recomendações está o uso de taipas baixas que evitam o abrigo para os invasores. A manutenção da lâmina d’água baixa e uniforme também é fundamental, pois, “a lâmina alta favorece o desenvolvimento de algumas espécies como a bicheira-da-raiz e a lagarta-boiadeira”, explica.
Outro aspecto importante é a realização de amostragens periódicas na lavoura para determinar a população dos insetos-praga. A atividade favorece a identificação da quantidade desses invasores e o controle adequado conforme as práticas recomendadas pelos pesquisadores do Irga.
Os produtores devem ter atenção e cuidados redobrados na aplicação de produtos químicos. Para a agrônoma do Irga, Thais Freitas, o uso indevido de inseticidas prejudica a população dos inimigos naturais, inofensivos a cultura, que podem auxiliar no controle dos invasores da lavoura de arroz. Thais acrescenta que o uso de produtos registrado reduz o impacto ambiental. “O uso adequado de inseticidas é uma das estratégias eficientes que reduz o impacto sobre os inimigos naturais”, justifica.
Algumas dessas medidas diminuem o uso de agroquímicos, bem como os custos de produção da lavoura. Para tanto, é imprescindível que os arrozeiros sigam as orientações que garantem a sustentabilidade ambiental da orizicultura gaúcha.