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Conferência australiana discute aplicação da biotecnologia
“Para enfrentar o desafio de fornecer alimentos à crescente população mundial e as alterações do clima, a aplicação da biotecnologia na agricultura é crítica”, afirmou o palestrante William Peacock, integrante da Comunidade para Pesquisas Científicas e Industriais da Austrália (CSIRO, na sigla em inglês), durante a mais recente conferência da entidade, realizada em setembro. Ele também acredita que os OGM (organismos geneticamente modificados) são uma “valiosa ferramenta para ser somada ao arsenal do agricultor”.
Peacock acrescentou que os produtores devem confiar nos marcos regulatórios dos governos para esse tipo de agricultura, que controlam os testes específicos, como já fizeram para as culturas convencionais. Contudo, ele acentua a importância que as políticas internacionais para alimentos e culturas transgênicas invistam em oferta e esclarecimento ao consumidor.
Cultivares modificados para o Timor Leste
Em novembro, o Grupo Consultivo sobre Pesquisa Agrícola Internacional (CGIAR, na sigla em inglês que congrega 25 países industrializados e 4 fundações privadas ) destacará a iniciativa “Sementes da Vida” em seu site, que procurou aumentar a segurança alimentar no Timor Leste.
Para que o país enfrentasse as consequências dos conflitos internos, o programa procurou introduzir cinco tipos de culturas transgênicas – milho, amendoim, arroz, mandioca e batata doce – advindas do centro do CGIAR. Elas foram escolhidas por terem origem de locais com situação ambiental semelhante, e também serviram para avaliar a relevância e sustentabilidade de novos cultivares. Os agricultores envolvidos foram acompanhados por organizações não-governamentais.
Combatendo as perdas pós-colheita
A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) considera que este problema, apesar de grave nos países em desenvolvimento, pode ser bastante reduzido com investimentos e treinamentos adequados.
Em seu comunicado à imprensa, o órgão avalia que tais perdas aumentam os preços mundiais dos alimentos, degradação ambiental e mudanças do clima. Contudo, para combater essa situação, a FAO tem colaborado com o Banco Mundial e outros financiadores para realizar treinamentos em manuseio de alimentos em três continentes. O processo envolve fundos e empréstimos, e a intermediação da FAO facilita a difusão de recipientes de transporte mais eficientes, além de mecanismos institucionais inovadores.
Bloqueio turco aos transgênicos
O Ministério da Agricultura da Turquia baniu as importações de produtos geneticamente modificados em outubro último. Um comitê, ainda não formado, ficará encarregado de possíveis aprovações, mas a rotulagem dos alimentos OGM (organismos geneticamente modificados) já foi considerada obrigatória.
O setor responsável pelas negociações externas agroeconômicas do governo americano foi surpreendido pela nova legislação, afirmando que o sistema “não está baseado nos procedimentos internacionais de avaliação de risco”. O órgão também informou que o montante de exportações americanas de culturas transgênicas para a Turquia – que inclui algodão, milho, soja e derivados – passou de US$ 1 bilhão em 2007.
Monsanto abre unidade de pesquisa biotecnológica na China
Assim como no Brasil, Índia e Estados Unidos, o país asiático agora possui um centro de pesquisas, localizado em Pequim. O centro se dedicará aos estágios iniciais de bioinformática e genômica, servindo de base a colaborações com cientistas locais.
A empresa considera a instalação da unidade “um comprometimento em formar colaborações”, tanto que já mantém parceria com a Universidade Agrícola de Huazhong para buscar novos genes, desenvolvimento de novas variedades e até criou bolsas de estudo no valor de US$ 150.000 para estimular alunos a abraçarem a pesquisa biotecnológica.
O presidente da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas, Zhai Huqu, também se mostra otimista, pois considera que a “biotecnologia é uma importante solução para aumentar a produtividade das culturas, além da inovação, que serão fatores determinantes para a sustentabilidade da agricultura”.
A Fundação Gates doa US$ 1 milhão ao Fundo Escolar Borlaug
Esta foi a maior doação que o Fundo que leva o nome do pai da revolução verde, criado pela Fundação sem fins lucrativos da universidade Texas A&M e que auxilia estudantes dos países em desenvolvimento a estudarem ciências agrícolas, melhoramento e cadeiras correlatas em universidades americanas, já recebeu.
Don Doering, responsável pelo programa de Desenvolvimento Agrícola na Fundação Gates, cujo principal acionista é o fundador da Microsoft, Bill Gates, afirmou que “o treinamento das futuras gerações, com novos conhecimentos e ferramentas, é crucial para ajudar milhões de pequenos agricultores e suas famílias a saírem da pobreza e da fome”.