Pesquisa científica internacional comprova benefícios de solução natural desenvolvida a partir da nutrigenômica para enfrentar um dos principais desafios da cultura no Brasil (Foto: Divulgação-Shutterstock)
Uma tese de doutorado realizada na Universidade Federal de Lavras (UFLA) e na Texas Tech (Estados Unidos), constatou a eficácia de uma combinação de nutrientes, aminoácidos e metabólitos microbianos resultantes do processo de fermentação de leveduras no estímulo de genes de defesa das plantas contra a ferrugem da soja.
Segundo o estudo, a solução ativou 1.373 genes sem a presença do patógeno e 1.739 com a presença da doença, considerada um dos principais desafios da sojicultura. A pesquisa demonstrou que o produto, desenvolvido a partir da nutrigenômica (estudo da influência da nutrição na expressão genética), potencializa a resistência das plantas e reduz as perdas.

A ferrugem da soja é uma doença de importância econômica enorme na cultura da soja por estar presente em todas as regiões do Brasil. Foto: Shutterstock
“Esse trabalho é muito relevante porque mostra a importância dessa ferramenta nutricional biotecnológica para o manejo integrado de doenças”, destaca o engenheiro agrônomo Leonardo Porpino. Ele salienta que a ferrugem da soja é uma doença de importância econômica enorme na cultura da soja por estar presente em todas as regiões do Brasil e devido ao seu efeito deletério muito evidente, já que a planta perde área fotossintética em decorrência do alto grau de redução da área foliar.
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Impactos
De acordo com o agrônomo, a agressividade da doença impacta muito a produção de grãos. “Mesmo variedades de soja resistentes à ferrugem ainda têm problemas. Então, se o produtor não fizer nada para combater a ferrugem da soja, será inevitavelmente atingido por ela. Para a planta adoecer menos, evitando danos severos e comprometimento maior da produtividade, é fundamental ativar os genes que a deixam forte e resistente”, ressalta.

Para a planta adoecer menos, evitando danos severos e comprometimento da produtividade, é fundamental ativar os genes que a deixam forte e resistente. Foto: Shutterstock
O especialista explica que toda planta possui vários genes, alguns deles relacionados à defesa de determinadas situações, como ataques de doenças. “Por algumas circunstâncias, esses genes são inativados, mas as pesquisas científicas já demonstraram que algumas substâncias orgânicas e desafios da natureza fazem com que eles sejam naturalmente religados”, detalha.
Conforme Porpino, quanto mais genes de produção ativados, mais forte é a barreira para resistir à doença. O estudo da UFLA revelou que a aplicação da solução potencializa a defesa da planta, o que a deixa pré-condicionada ao ataque da ferrugem da soja. “Com esse produto, quando a doença chega, não há gasto energético significativo e o produtor ainda tem um ganho, que é a redução do estresse”, enfatiza.