Técnicas de manejo ajudam a reduzir impacto da estação
A previsão, realizada pelo Climatempo, aponta a chegada de massas de ar polar em algumas regiões do País, deixando produtores rurais em alerta. Segundo levantamento, o Sul e o Sudeste, maiores responsáveis pelo PIB do agronegócio brasileiro, serão os mais afetados pelas baixas temperaturas.
Nesse viés, é preciso que os produtores adotem técnicas de manejo e uso de soluções nutricionais para garantir a produtividade das lavouras. “Geadas dificilmente afetam 100% das lavouras, acontecendo, na maioria das vezes, de forma pontual, porém, tudo depende da intensidade do frio, mas, de modo geral, apenas uma parte do plantio é afetada”, avalia a engenheira agrônoma, doutora em proteção de plantas e gerente técnica de grãos da Alltech Crop Science, Mayra Soares.
De acordo com a especialista, a adoção das tecnologias permite que os produtores se antecipem a esses eventos, tomando medidas necessárias para prevenir grandes perdas. “O produtor pode usar tecnologias nutricionais para aumentar o metabolismo das plantas, o que permitirá um maior acúmulo de solutos na seiva e, assim, diminuir o ponto de congelamento celular”, explica Mayra.
Uma das técnicas recomendadas pela engenheira agrônoma é o uso de aminoácidos associados a nutrientes. “Temos muitos cases de sucesso com a combinação de aminoácidos complexado com cálcio, boro e magnésio.Fazendo a aplicação de três a cinco dias antes da geada, conseguimos aumentar o desempenho metabólico da planta, assegurando maior concentração de sólidos solúveis e diminuindo o risco de pontos de congelamento”, exemplifica.
Culturas mais afetadas
Na visão do PhD em ciências do solo e gerente técnico de hortifrútis e café, Marcos Revoredo, algumas culturas são mais sensíveis ao frio intenso do que outras. “Cultivares de clima tropical, como o cafeeiro, frutas cítricas, banana, e também as hortaliças, como, por exemplo, as folhosas e o tomate, são as mais suscetíveis e acarretam maiores impactos econômicos”, informa.
Nesses casos, ele recomenda cuidados desde o princípio, evitando o plantio em locais de baixadas e encostas, onde os danos podem ser mais severos. “No caso de hortaliças, é importante realizar o plantio em períodos de menor ocorrência de geadas, assim como dar preferência a ambientes cobertos e protegidos.”
Ele acrescenta que práticas culturais, como irrigação por aspersão ou neblina artificial, a depender do tipo de geada, nos momentos que antecedem a sua ocorrência, são comuns nos hortifrútis e também podem auxiliar os produtores a evitar possíveis danos.
Pós-geada
Após o fenômeno, a especialista recomenda que produtores rurais invistam em produtos biotecnológicos com alto teor de aminoácidos, “Com essa aplicação, depois da geada, quando a planta está retomando o seu desenvolvimento, é possível reduzir o estresse sofrido”, explica.
Ela ainda complementa que o emprego de aminoácidos é muito importante para a recuperação do cultivo. “Isso potencializa a bioatividade do desenvolvimento da planta, favorecendo uma maior efetividade no crescimento vegetal”, arremata Mayra.