Com base na análise de maturação dos frutos, feita em laboratório, entidade contribui para melhorar a qualidade e o rendimento do produto
Auxiliar produtores de azeitonas a identificar o momento ideal para colheita e produção de azeites. Este é o objetivo da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), que realiza um trabalho de análise de maturação dos frutos no laboratório da empresa no Campo Experimental de Maria da Fé, município localizado no sul de Minas Gerais e palco da primeira extração de azeite extravirgem do Brasil.
De acordo com o pesquisador da Epamig, Luiz Fernando de Oliveira, os trabalhos de análises para a safra de 2022 começaram no início do ano. “O resultado das análises informa os produtores a quantidade de azeite que determinadas azeitonas possuem no momento”, afirma.
Por meio das análises, e com base em parâmetros estabelecidos para cada cultivar de azeitonas, o produtor é informado se já é hora de colher os frutos ou se é necessário esperar um pouco mais.
“Após o plantio, as oliveiras demoram cerca de quatro anos para começarem a produzir azeitonas. Então, determinar o ponto correto de colheita garante resultados mais satisfatórios, tanto em quantidade de azeite extraído, quando na qualidade final do produto”, explica Oliveira, que é responsável por conduzir os trabalhos de análise.
Segundo o pesquisador, as análises têm um custo, mas os resultados são preciosos para os produtores porque são sinônimos de lucratividade. Ele explica acrescenta que os dados obtidos em laboratório são indicadores do quanto um produtor poderia deixar de lucrar caso a colheita de azeitonas para extração de azeite fosse feita em um momento precipitado.
“Se o produtor não colher as azeitonas no momento correto, ele vai perder todo o trabalho realizado ao longo de anos. Isso sem considerar os prejuízos no futuro, uma vez que os erros podem ser repetidos nas próximas safras. O produtor precisa focar atento atentar para metodologias científicas que podem auxiliá-lo a tomar decisões corretas”, enfatiza o pesquisador.
Produção
Não existe um percentual exato da quantidade de azeite que uma azeitona é capaz de produzir. Isso ocorre porque há inúmeros fatores inerentes às oliveiras e ao clima, solo e localização dos olivais. Todavia, a pesquisa agropecuária atua para apresentar ao produtor índices nos quais ele pode tomar decisões mais acertadas.
Oliveira informa que esses índices variam de acordo com as condições climáticas das propriedades e, principalmente, em função das cultivares de azeitona. Cada cultivar possui uma genética que permite acumular mais ou menos azeite.
“Os levantamentos para a composição dos índices são feitos sempre com base na massa seca. No laboratório nós desconsideramos o teor de água que os frutos têm, isso porque a umidade pode variar ao longo do tempo, tanto para mais quanto para menos, em função de chuvas ou de outros fatores”, esclarece o pesquisador da Epamig.
Processo
A extração de azeites da Mantiqueira para a safra de 2022 já começou. Segundo o pesquisador da Epamig, Pedro Moura, um dos principais requisitos para obter azeites de qualidade é fazer a extração logo após a colheita das azeitonas.
Moura explica que, depois de colhidas, o processo de respiração dos frutos não é interrompido. De acordo com ele, isso pode oxidar e fermentar as azeitonas, o que traz impactos para a qualidade final do azeite. Por isso a necessidade de proceder com a extração logo após a colheita.
A estrutura de maquinários para o serviço requer investimentos financeiros consideráveis. Para atender pequenos e médios produtores, a Epamig realiza extração de azeite no Campo Experimental de Maria da Fé. O serviço atende marcas do sul de Minas, norte de São Paulo e até de outros Estados e regiões do País. Os interessados nos serviços de análises de maturação das azeitonas e extração de azeite deverão entrar em contato por meio do número de telefone (35) 3662-1227 ou por email (cemf@epamig.br)