Insetos ameaçam a produção da planta, essencial para roupas, insumos hospitalares e notas de Real
Para quem cultiva algodão, tanto a lagarta elasmo quanto o percevejo castanho são considerados os principais insetos que atacam a plantação e podem causar a perda total da produção brasileira, estimada em 7 milhões de toneladas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a diretora executiva Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), Eliane Kay, apesar de não atingirem 1 centímetro de tamanho, quando não há um combate adequado, as infestações por essas pragas podem ser devastadoras. “Se esse problema fosse generalizado no país, os agricultores poderiam ter prejuízos superiores a R$ 19 bilhões por ano, tendo por base os dados do IBGE”, informa.
Na avaliação da especialista, essa perda causaria forte impacto na sociedade como um todo, afinal, o algodão é matéria-prima para roupas e insumos hospitalares. “Além da escassez desses produtos, haveria o inevitável aumento do preço dos derivados do algodão, que tem papel importante na história e no desenvolvimento do Brasil”, acrescenta Eliane.
Ela destaca que, entre os inimigos do cultivo, o percevejo castanho é particularmente preocupante, pois suga a seiva da planta, fazendo com que o algodoeiro atacado por essa praga tenha seu desenvolvimento prejudicado, podendo até mesmo morrer pela falta de nutrição.
“Já a lagarta elasmo, também conhecida como broca-do-colo, costuma perfurar a planta e se instalar dentro dela, que se torna fonte de alimento do invasor e acaba perecendo”, explica Eliane.
Soluções
De acordo com a diretora do Sindiveg, a solução para essa ameaça é proteger a produção de algodão, cuja fibra (ou pluma) também está presente em óleos comestíveis, biodiesel, celulose e até mesmo nas cédulas de real. “O Brasil tem os recursos mais avançados para o controle de pragas e doenças da agricultura – problemas que se espalham com facilidade em razão do clima tropical, quente e úmido, favorável ao ciclo de vida dos insetos”, analisa.
Diante desse cenário, ela lembra que os defensivos agrícolas são aliados dos produtores, da economia e da sociedade, que dependem do sucesso da plantação para se alimentar e, no caso do algodão, para se vestir. Esses insumos são resultados de pesquisas científicas e passam por comprovação científica e avaliações técnicas rigorosas antes de serem autorizados à comercialização.
“São necessários muitos anos, desde o desenvolvimento de um defensivo até a sua disponibilização ao mercado. São tomados todos os cuidados para garantir sua segurança e eficácia para o produtor rural, os consumidores e o meio ambiente”, arremata a executiva.