Prática é essencial para a manutenção da oferta regular de alimentos à população
Alimentos como arroz, feijão, milho, soja e trigo estão presentes todos os dias na mesa dos brasileiros. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que os agricultores colhem, por ano, 234 milhões de toneladas desses cereais. Porém, para que esses alimentos, mesmo que processados, cheguem à mesa, é essencial ter atenção às pragas também na armazenagem desses grãos.
De acordo com o presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), Julio Borges, o correto e seguro armazenamento é essencial para a manutenção da oferta regular de alimentos à população. “A presença de insetos nesses ambientes pode levar até a perda total da produção de cereais, o equivalente a R$ 200 bilhões anuais”, avalia. “Mais do que prejuízo para os agricultores, esse desperdício elevaria o preço aos consumidores dos grãos e seus derivados.”
Segundo ele, o manejo inadequado das chamadas “pragas do armazenamento” pode para causar riscos à própria segurança alimentar do País. “O arroz e o feijão são a base das refeições dos brasileiros, além disso, as farinhas de trigo e de milho estão presentes na cesta básica, assim como o óleo derivado da soja, os pães e o macarrão”, lembra. “Autossuficiente e importante exportador, o Brasil poderia se transformar em um grande importador desses produtos se não cuidar corretamente dos desafios fitossanitários nas várias etapas da cadeia da produção de alimentos”, informa.
Controle
A principal praga que ataca os cereais e os produtos acabados no ambiente de armazenagem é o gorgulho (Sitophilus oryzae). Presente em todo o mundo, esse inseto de 2,5 milímetros consegue depositar até 400 ovos dentro de grãos durante seu curto período de vida (cerca de 30 dias). Diversas outras espécies dos chamados gorgulhos, mas também de besouros e carunchos, preocupam igualmente os produtores rurais de Norte a Sul do País.
“Há um fator comum entre todas essas espécies, elas se disseminam mais facilmente em períodos mais quentes e úmidos, como na primavera e, principalmente, no verão. Contudo, o outono e o inverno brasileiro, menos rigoroso que em outros países, favorece a reprodução dessas pragas ao longo de todo o ano”, alertas “Investir em soluções de alta tecnologia e comprovação científica são as chaves para evitar prejuízos e garantir o fornecimento de alimentos”, destaca Julio.
Para a diretora executiva do Sindiveg, Eliane Kay, proteger os ambientes de armazenagem dos produtos agrícolas é essencial. “Temos recursos modernos para controlar pragas em todas as etapas do ciclo agrícola, afinal, sabemos que esses problemas se alastram mesmo após a transferência da colheita para outros ambientes”, avalia.
Segundo ela, defensivos agrícolas, usados de forma correta e segura, protegem as culturas sem causar prejuízo à qualidade dos cultivos e à segurança dos alimentos oferecidos à população. “Antes de ser comercializadas, as soluções são testadas e submetidas a um rigoroso processo de avaliação, que leva, em média, cinco anos até a liberação para uso. Essa é a garantia de que esses insumos são benéficos”, informa.
Ensino
O Sindiveg disponibiliza, de forma gratuita, uma plataforma de ensino à distância (com certificado) para os interessados conhecerem melhor o universo dos defensivos agrícolas. O portal também conta com um curso sobre a relação entre a agricultura e a apicultura, uma ação do programa Colmeia Viva. Basta se inscrever no site www.sindiveg.org.br/cursos.