Engenheiro agrônomo explica como planejar uma horta urbana e os benefícios que essa prática pode trazer
Espécies de flores e folhagens já consolidaram presença dentro das casas e apartamentos e se tornaram uma prática que se torna cada vez mais comum no cotidiano das pessoas que vivem em centros urbanos.
Agora, chegou a vez de se cultivar o próprio tempero – e até algumas frutas e hortaliças – em vasos e jardineiras de residências.
Para Marcos Estevão Feliciano, engenheiro agrônomo da Forth Jardim além de ser mais uma opção para quem gosta de ter plantas em casa, “ainda traz o benefício de cultivar o alimento de uma forma mais saudável (orgânica) e prazerosa”.
Adesão à horta urbana
Ele ressalta que a prática não tem se limitado apenas ao ambiente doméstico, muitos locais, principalmente restaurantes, também estão aderindo à horta urbana, que, segundo Feliciano, reúne vários benefícios como: praticidade, economia, sustentabilidade e, claro, muito sabor.
Segundo o agrônomo, seja cultivando ou comprando de hortas parceiras, bons restaurantes garantem o fornecimento de seus ingredientes, agregando valor e sabor aos estabelecimentos.
“Um exemplo é o Restaurante Mocotó, do chef Rodrigo Oliveira, localizado na zona norte de São Paulo, cuidado pela empresa “Sabor de Fazenda”, produtora de mudas orgânicas que fica na mesma região”, exemplifica.
Ele informa ainda que, além de fornecer ervas e hortaliças para diversos locais, o projeto também oferece outros serviços, como cursos e treinamentos.
Agricultura e hortas urbanas são garantias de alimentos frescos e de qualidade
Outros exemplos
Feliciano cita também o restaurante coreano Komah, da Barra Funda, “que conta com ingredientes cultivados na horta da casa de Myung Yul Shin Lee, mãe do chef Paulo Shin”, informa.
Mencionando o paulistano Tuju, de Ivan Ralston, Feliciano salienta que o restaurante chama atenção, inclusive, pelo seu espaço, “já que todo cantinho ocioso do acaba virando um canteiro. Além disso, conta com três diferentes hortas, aproveitando o espaço interno do local”, conta.
O agrônomo destaca ainda o estrelado restaurante Lasai, no Rio de Janeiro, do chef Rafael Costa e Silva, que também mantêm duas hortas agroecológicas, uma no Vale das Videiras, na Serra de Petrópolis e, outra, no bairro do Itanhangá, que garantem 40% das hortaliças utilizadas em sua cozinha, oriundas de produção própria.
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Benefícios das hortas urbanas
O especialista tem observado o aumento de pessoas interessadas no cultivo desses alimentos e reforça os benefícios que as hortas urbanas têm a oferecer.
Segundo ele, muitos estudos já abordam a horta urbana como algo que vai além de uma ideia criativa, reforçando o quanto essa atividade pode contribuir, de forma positiva, em pautas como segurança alimentar e crises climáticas. “Sem contar que a criação de espaços para produzir alimentos nos grandes centros urbanos, em alguns casos, não deixa de ser também uma maneira de gerar renda”, sublinha.
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Passo a passo
Feliciano explica o passo a passo de como colocar a horta urbana em prática:
- PASSO 1: Avaliação
O especialista orienta que, inicialmente, é importante avaliar o terreno, atentando para os seguintes detalhes:
– Se o local é plano ou precisará de algum tipo de adaptação;
– Como é o contexto climático, quantidade de luz solar incidente e vento que recebe;
– A situação do solo, ou seja, como estão as condições química, física e biológica;
– Se há fonte de água próxima, que, também, pode ser um diferencial para iniciar a horta urbana.
- PASSO 2: Planejamento
Feliciano destaca que depois de feita a avaliação, o planejamento é primordial.
Ele recomenda que seja feita análise da área disponível e planejar de que forma se pretende utilizá-la, já pensando na divisão dos espaços. “Tenha em mente o tamanho dos canteiros (que, em geral, medem entre 90 ou 120cm de largura) e o espaço entre eles – para que seja o suficiente para a passagem de uma pessoa e/ou equipamentos”, orienta.
Para o agrônomo, outro fator importante é fazer uma lista dos insumos e ferramentas necessários para colocar a horta em prática.
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- PASSO 3: Definição das Hortaliças
O especialista salienta que, considerando a avaliação do solo e o clima da região, além de outros fatores como a época do ano e até mesmo a sua preferência, é preciso fazer a escolha do que se deseja plantar.
Uma boa alternativa, de acordo com o profissional, é optar por espécies de fácil cultivo e que entregam uma farta produtividade o ano inteiro. “Atente-se para as espécies que convivem bem com as outras e as que necessitam ter o seu próprio espaço para se desenvolver”, aconselha.
- PASSO 4: Preparação do Solo
Na opinião do agrônomo, essa é etapa importante para se garantir a eficiência da horta urbana.
De acordo com sua experiência, o tipo de solo mais adequado pode variar de acordo com as escolhas que foram feitas. “Geralmente, o ideal é que se tenha um solo que não seja compacto e que não haja cascalhos”, ressalta.
Ele destaca também que medir acidez do solo e fazer sua correção quando necessário, é item importante a ser observado. “Além disso, a adubação é essencial para garantir todos os nutrientes indispensáveis para qualidade e saudabilidade das hortaliças”, ensina.
“Uma dica é escolher um fertilizante específico para a cultura que deseja plantar, atendendo as necessidades de cada espécie”, revela.
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- PASSO 5: Plantio
Por fim, Feliciano afirma que após seguir todos esses passos, é hora de se colocar a “mão na terra”.
O especialista finaliza aconselhando que sejam seguidas as recomendações, respeitando espaçamento entre as sementes ou mudas, de acordo com a técnica escolhida. “Essas orientações são fundamentais, pois influenciam diretamente a produtividade e a qualidade dos temperos e alimentos”, conclui.
Fonte: Forth Jardim
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