A expectativa da Abapa é que, neste ano, 85% da área baiana dedicada à cotonicultura seja qualificada pelo programa.
Cerca de 40% da área plantada com algodão, nas fazendas baianas que se habilitaram ao programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e ao Better Cotton Initiative (BCI), já foram certificadas. A Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) espera que, até junho, 87,5% da área estejam qualificadas. Se a previsão for confirmada, o percentual será 5% maior do que o registrado no ano passado.
O ABR é o programa de sustentabilidade da Abapa executado pelas suas associadas, no estados produtores da fibra. A certificação, na Bahia, está sendo realizada pela certificadora de terceira parte Genesis Group, escolhida dentre as três possíveis, de acordo com as regras do programa.
Ao ser certificada com o ABR, a unidade produtiva pode, automaticamente, ser licenciada pela instituição suíça BCI, uma vez que, desde 2013, os dois programas unificaram seus protocolos no Brasil. A BCI é uma referência global em licenciamento de algodão responsável no mundo.
Para concluir o processo e receber o certificado, o cotonicultor que, voluntariamente, aderiu ao ABR, se compromete a cumprir um rígido protocolo de boas práticas agrícolas em suas fazendas. A lista contempla 201 itens, só na fase de verificação para diagnóstico que antecede a certificação, e outros 183 para a finalização do processo.
Pilares
Esses requisitos estão baseados em três pilares da sustentabilidade (ambiental, social e econômico) e envolvem desde os aspectos gerenciais dos empreendimentos agrícolas até o cumprimento da legislação brasileira Ambiental e Trabalhista, que são consideradas das mais avançadas do mundo.
Incluem, ainda, normas de segurança do trabalho, a proibição da utilização de mão de obra infantil e de trabalho forçado ou análogo a escravo, além da proteção ao meio ambiente, com aplicação de boas técnicas agronômicas na produção da commodity.
“Ficamos satisfeitos com os resultados alcançados até agora”, afirma a coordenadora de Sustentabilidade da Abapa, Bárbara Bonfim. Segundo ela, mesmo com algumas mudanças implantadas no programa no ano passado, sobretudo, no que diz respeito à NR31, norma que regulamenta a Segurança e Saúde do Trabalho no campo, os índices de conformidade foram considerados “muito bons”.
“O aprimoramento dos processos nesses três pilares traz benefícios reais às operações, evita gastos com multas e fortalece a imagem da empresa, e em última instância, do algodão brasileiro”, explica a coordenadora. “É um processo árduo e progressivo, porque, a cada ano, a meta a ser alcançada pela fazenda vai ficando mais alta, mas, dificilmente, vemos um produtor que já foi certificado retroceder”, conclui.