Vitaminas são essenciais para o crescimento celular, respiração, fotossíntese, metabolismo do nitrogênio e ativação de enzimas (Foto: Jan den Ouden-Pixabay)
A soja é a principal cultura agrícola do país e o Brasil é líder mundial em produção e exportação da oleaginosa. Segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção da safra 2024/2025 será de aproximadamente 168,3 milhões de toneladas – crescimento de 14% em relação ao ciclo anterior.
Entretanto, para atingir esse resultado produtivo, o cultivo necessita de micronutrientes essenciais, que são absorvidos em pequenas quantidades para fortalecer a plantação, enriquecer o solo e, assim, contribuir para o aumento da produtividade da soja brasileira. “A carência desses micronutrientes – a exemplo de boro (B), manganês (Mn), molibdênio (Mo) e zinco (Zn) – pode causar impactos significativos na colheita por hectare e na qualidade dos grãos”, explica o agrônomo Renato Brandão.

O cultivo da soja necessita de micronutrientes essenciais para contribuir com o aumento da produtividade da soja brasileira. Foto: Shutterstock
O molibdênio, conforme exemplifica Brandão, é fundamental na fixação biológica do nitrogênio. Já o boro promove a estabilização das paredes celulares e das biomembranas pela complexação dos compostos orgânicos, enquanto o manganês atua na fotossíntese e o zinco na síntese de proteínas,
O especialista ressalta que os micronutrientes cuja deficiência é comprovada com maior recorrência na cultura da soja são boro, zinco e molibdênio. E, nos solos do Cerrado ou de regiões arenosas, geralmente ainda há baixas concentrações de cobre e manganês.
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Fatores determinantes
A disponibilidade desses recursos vitais também é influenciada principalmente pelo pH (ou seja, o nível de acidez), textura e teor de matéria orgânica do solo, além das condições de oxirredução – reação química em que ocorre transferência de elétrons entre substâncias, provocando a oxidação de uma (que perde elétrons) e a redução de outra (que ganha elétrons).
“Solos com pH elevado – ou seja, menos ácidos e mais alcalinos – reduzem a disponibilidade de micronutrientes como cobre, ferro, manganês, nível e zinco (chamados de catiônicos) e aumentam a disponibilidade de elementos como cloro e molibdênio (aniônicos).

O uso de micronutrientes reduz o gasto energético na produção de compostos necessários ao metabolismo da soja. Foto: CNA-Brasil/Tony Oliveira
Já os solos arenosos tendem a ter um menor teor de micronutrientes e altos níveis de matéria orgânica podem reduzir a disponibilidade, especialmente, de cobre. Já a umidade interfere diretamente na forma química do ferro e manganês, tornando-os mais disponíveis em ambientes redutores e menos disponíveis em solos secos e oxidantes”, explica o agrônomo.
O uso desses elementos químicos é estratégico e,confome conclui Brandão, podem atuar como catalisadores ou ativadores de reações enzimáticas ou constituintes de enzimas, reduzindo o gasto energético na produção de compostos necessários ao metabolismo da soja.