Com mapas interativos e dados de livre acesso, o sistema é uma ferramenta estratégica para a adoção de práticas agrícolas regenerativas e de baixo carbono (Imagens: Reprodução/Yotube)
A Embrapa e parceiros lançaram nesta segunda-feira (17) a Plataforma Saúde do Solo BR: solos resilientes para sistemas agrícolas sustentáveis, durante evento na Agrizone – a Casa da Agricultura Sustentável, instalada na Embrapa Amazônia Oriental, em Belém (PA), como parte da programação oficial da COP30.
A plataforma, considerada inédita, oferece monitoramento aberto e contínuo da saúde dos solos brasileiros, reunindo mais de 56 mil amostras coletadas em todos os estados do país.
Com mapas interativos e dados de livre acesso, o sistema é uma ferramenta estratégica para a adoção de práticas agrícolas regenerativas e de baixo carbono, além de contribuir para o cumprimento das metas climáticas assumidas pelo Brasil.
“O lançamento na COP30 marca um importante avanço da ciência do solo como ferramenta estratégica para a ação climática e a segurança alimentar”, avalia a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Ieda Mendes.
A iniciativa democratiza o acesso ao que já é considerado o maior banco de dados de saúde do solo no mundo, desenvolvido a partir da tecnologia de Bioanálise de Solos (BioAS), criada há cinco anos.
Diferenciais

Análise possui maior sensibilidade que os indicadores químicos e físicos tradicionais. Foto: Fabiano Bastos/Embrapa
A construção dessa base se viabilizou por meio de uma parceria inovadora com 33 laboratórios comerciais que integram a Rede Embrapa e utilizam a metodologia BioAS, permitindo monitoramento biológico, físico e químico do solo.
O Brasil foi pioneiro ao incluir parâmetros biológicos nas análises de rotina — uma mudança significativa em relação à prática comum tanto no país quanto no exterior. A BioAS consiste na análise das enzimas arilsulfatase e beta-glicosidase, bioindicadores diretamente relacionados à produtividade e à sustentabilidade do uso do solo.
Além disso, a tecnologia permite a obtenção de indicadores de qualidade do solo (IQS), que combinam aspectos químicos e biológicos ou os avaliam separadamente, oferecendo uma visão holística da saúde do ambiente agrícola. Isso fortalece a capacidade de diagnóstico dos produtores rurais e auxilia na tomada de decisões mais precisas sobre manejo e sustentabilidade.
Entre as vantagens da BioAS, destacam-se:
Maior sensibilidade que os indicadores químicos e físicos tradicionais;
Baixa variabilidade temporal e alta precisão;
Não interferência por fertilizantes;
Facilidade de adoção, já que utiliza os mesmos procedimentos de coleta e análise da fertilidade química do solo;
Utilização de reagentes de baixo custo e não controlados pelo Exército.
Com essa plataforma, agricultores, técnicos, pesquisadores e gestores públicos ganham uma ferramenta estratégica para promover práticas regenerativas e de baixo carbono, contribuindo para sistemas produtivos mais resilientes e para o cumprimento dos compromissos climáticos firmados pelo Brasil.
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