Lavouras adequadamente adubadas com o nutriente produzem grãos com maior teor de proteína, essencial para a alimentação humana e animal (Foto: Depositphotos)
O nitrogênio é o nutriente mineral normalmente absorvido em maiores quantidades pelas plantas. Ele faz parte de muitas moléculas importantes para a estrutura e a fisiologia vegetal, como aminoácidos, proteínas e enzimas, entre outras. Seu papel é insubstituível na produção agrícola. Grãos com alto valor proteico, como soja e feijão, ou culturas com maior produção de biomassa requerem maiores quantidades de nitrogênio.
No manejo da adubação, recomenda-se a aplicação parcelada do nitrogênio. Por se tratar de um elemento muito dinâmico no ambiente, o nitrogênio pode ser perdido por várias formas. Em uma cultura anual, por exemplo, aplica-se o fertilizante nitrogenado de forma parcelada, uma primeira aplicação na semeadura e o restante de 20 a 40 dias após a primeira aplicação. O parcelamento deve considerar as necessidades das plantas, mas também as características do solo e o clima.
“Em culturas perenes, como laranja, café e banana, a dose de nitrogênio é calculada para suprir as necessidades das plantas durante o ano todo. Nessas culturas o parcelamento do nitrogênio pode ser dividido em 3 a 5 aplicações, favorecendo a eficiência de uso do nutriente pelas plantas e reduzindo as chances de perdas para o ambiente”, explica o engenheiro agrônomo Heitor Cantarella, diretor do Centro de Solos e Recursos Ambientais do Instituto Agronômico de Campinas e Coordenador Geral da iniciativa Nutrientes para a Vida (NPV).
Vantagens do nitrogênio
Os fertilizantes nitrogenados proporcionam benefícios que se estendem à saúde humana através da produção de plantas saudáveis, ricas em proteínas. Lavouras adequadamente adubadas com nitrogênio produzem grãos com maior teor de proteína, essencial para a alimentação humana e animal. Pastagens com altas concentrações de proteína não só elevam a produção de carne, leite e outros produtos de origem animal, mas também melhoram seu valor alimentício.
“Estima-se que, atualmente, 40% da população mundial tenham sua subsistência alimentar associada ao desenvolvimento do processo para a síntese da amônia (NH3), matéria prima utilizada para a produção dos fertilizantes nitrogenados a partir do nitrogênio presente no ar”, comenta Cantarella.
Pouca gente sabe que a maior parte do nitrogênio, que constitui essa classe de adubo, provém do ar que respiramos. A síntese de amônia, desenvolvida por Haber-Bosch, proporcionou a produção em escala mundial de fertilizantes nitrogenados, aumentando a produtividade da agricultura em grande parte do planeta. Atribui-se a ela um aumento de 30 a 50% na produção agrícola.
O nitrogênio, a despeito dos seus muitos benefícios à produção agrícola e à qualidade dos alimentos, pode trazer consequências preocupantes se for mal manejado. Quando o N se perde do solo por lixiviação, volatilização ou se transfere para os corpos d’água, por exemplo, há prejuízo econômico para o agricultor e prejuízo para o ambiente, pois o N, quando em excesso na bacia hidrográfica, pode ter potencial poluidor. “Por isso, para maximizar os benefícios dos adubos nitrogenados, é importante utilizá-los de acordo com as técnicas agronômicas recomendadas”, conclui o engenheiro agrônomo.